1) Introdução
A
Eleição, seleção, escolha, eleição
é a doutrina bíblica que mostra o amor, a compaixão e a ação de Deus que é
soberano para escolher para Si, dentre os pecadores, um povo que foi redimido pelo sangue de Seu Filho Jesus Cristo. Ela
foi estabelecida desde a eternidade, antes mesmo de tudo ser criado,
quando era somente o Deus Triúno existindo na mais plena comunhão consigo mesmo.
Se
houvesse uma dúzia de maçãs numa cesta e eu tirasse todas elas, não haveria
escolha; mas se eu tirar sete e deixar as outras cinco, então houve escolha. A
eleição, como é ensinada na Bíblia, significa que Deus fez uma escolha entre os
filhos dos homens.
1. QUEM FAZ A ELEIÇÃO? Quem escolhe as pessoas para serem
salvas? Se os homens são escolhidos para a salvação, como afirmam as
Escrituras, quem fez a escolha? Deve haver uma seleção ou universalismo. A
palavra eleição está associada com Deus e não com o homem. Deus é quem escolhe.
Seu povo são os ESCOLHIDOS e a graça é a fonte.
2. QUANDO A ELEIÇÃO É FEITA? Em Efésios 1:4 lemos que "Como também nos elegeu nele antes da fundação
do mundo". A expressão "antes da fundação do mundo" é encontrada
em João 17:24, onde fala de amor eterno do Pai pelo Filho, e em I Pedro 1:20, onde se refere
à determinação eterna da mente divina, em relação à morte de Cristo.
3. POR QUE FOI FEITA A ELEIÇÃO? Ela foi baseada em algo bom no
pecador? Então ninguém teria sido eleito, porque não há ninguém bom. A
santidade não é a causa, mas o efeito da eleição. Fomos escolhidos, não porque
fôssemos santos, mas para que fôssemos santos. Efésios 1:4.
Quero deixar evidente de que há apenas
duas teorias que podem ser mantidas pelos cristãos evangélicos neste importante
assunto; que todos os homens que o estudaram, e que alcançaram quaisquer
conclusões aceitáveis com relação ao mesmo, devem ser ou calvinistas ou arminianos.
A doutrina calvinista consiste na
escolha divina de certos indivíduos para a salvação, antes da fundação do
mundo, que repousou tão somente na Sua soberana vontade. A escolha de
determinados pecadores feita por Deus não foi baseada em qualquer resposta ou
obediência prevista da parte destes, tal como fé e arrependimento. Pelo
contrário, é Deus quem dá a fé e o arrependimento a cada pessoa a quem Ele
escolheu. Esses atos são resultados e não a causa da escolha divina.
Na doutrina calvinista o homem é
incapaz de, por si mesmo, crer de modo salvador no Evangelho. O pecador está
morto, cego e surdo para as coisas de Deus. Seu coração é enganoso e desesperadamente
corrupto. Sua vontade não é livre, pois está escravizada à sua natureza má; por
isso ele não irá - e não poderá jamais - escolher o bem e não o mal em assuntos
espirituais. Por conseguinte, é preciso mais do que simples assistência do
Espírito para se trazer um pecador a Cristo. É preciso a regeneração, pela qual
o Espírito vivifica o pecador e lhe dá uma nova natureza. A fé não é algo que o
homem dá (contribui) para a salvação, mas é ela própria parte do dom divino da salvação. É o dom de
Deus para o pecador e não o dom do pecador para Deus.
A doutrina arminiana consiste na
escolha divina de certos indivíduos para a salvação, antes da fundação do
mundo, baseada na Sua previsão (presciência) de que eles responderiam à sua
chamada (fé prevista). Deus selecionou apenas aqueles que Ele sabia que iriam
livremente e por si mesmos, crer no Evangelho. A eleição, portanto, foi
determinada ou condicionada pelo que o homem iria fazer. A fé que Deus previu e
sobre a qual Ele baseou a Sua escolha não foi dada ao pecador por Deus, mas
resultou tão somente da vontade do homem. Foi deixado inteiramente ao arbítrio
do homem o decidir quem creria e, por conseguinte, quem seria eleito para a
salvação. Deus escolheu aqueles que Ele sabia que iriam, de sua livre vontade,
escolher a Cristo, mas a escolha que o pecador faz de Cristo.
Na doutrina arminiana, embora a
natureza humana tenha sido seriamente afetada pela queda, o homem não ficou
reduzido a um estado de incapacidade total. Deus, graciosamente, capacita todo
e qualquer pecador a arrepender-se e crer, mas o faz sem interferir na
liberdade do homem.
Para o homem é difícil aceitar a
eleição pois como disse certo teólogo : "Todo homem nasce um arminiano
(pessoa que crê no livre-arbítrio)". E nos tempos atuais onde o ditado têm
sido "Deixe minha vida por minha conta , eu decido o que faço com
ela".
A graça e a eleição são inseparáveis.
Não é lógico proclamar a doutrina da salvação pela graça enquanto negamos que a
Eleição o seja. Paulo expressou esta unidade com estas palavras: "Assim
pois também agora, no tempo de hoje sobrevive um remanescente segundo a eleição
da graça"(Rm 11:5).
2) O uso da Palavra Eleição
Na maioria dos casos, no antigo testamento, onde se acha eleição, não é o homem que faz a
escolha, e sim, Deus. Javé é o sujeito. Aquele que escolhe. Esta verdade se
ressalta especialmente em Dt, Sm, Rs, e Cr, alguns dos Sl e Is.
Lemos,
por exemplo, que Deus escolheu Abraão (Gn
12-1-3). Há muitas passagens em que Israel é chamado povo escolhido:
“O
Senhor Teu Deus te escolheu, para que fosses o seu próprio povo, de todos os
povos que há sobre a terra” (Deut.
7:6).
“Feliz a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo
que Ele escolhe para sua herança”
(Sl. 33:12).
Ne.
9.7: “Tu és o
Senhor, o Deus que escolheu Abrão,
trouxe-o de Ur dos caldeus e deu-lhe o nome de Abraão” (NVI).
Is.
41.8: “Mas tu, ó
Israel, servo meu, tu, Jacó, a quem elegi,
descendente de Abraão, meu
amigo”
Este
assunto está totalmente embasado nas Escrituras, tanto no Antigo como no Novo
Testamento. As seguintes referências confirmam:
- Is. 65.9 “Farei sair de Jacó
descendência e de Judá, um herdeiro que possua os meus montes; e os meus
eleitos herdarão a terra e os meus servos habitarão nela”.
Mt. 24.24 “porque surgirão falsos cristos e
falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível,
os próprios eleitos
Mc. 13.20 “Não tivesse o Senhor abreviado
aqueles dias, e ninguém se salvaria; mas, por causa dos eleitos que ele
escolheu abreviou tais dias”.
Rm. 8.33 “Quem intentará acusação contra os
eleitos de Deus? É Deus quem os justifica”.
Cl.3.12 “Revesti-vos, pois, como eleitos
de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de
humildade, de mansidão, de longanimidade”.
3) A PREDESTINAÇÃO
BÍBLICA E A ELEIÇÃO
A
explicação apresentada na declaração doutrinária da Convenção Batista
Brasileira sobre eleição e predestinação procura conciliar a eleição divina com
a liberdade humana, conforme afirma a própria declaração - “ainda
que baseada na soberania de Deus, essa eleição está em perfeita consonância com
o livre-arbítrio de cada um e de todos os homens”. Entretanto, esta
interpretação levanta diversos problemas na sua relação com outras verdades
bíblicas, visto que toda verdade é interdependente.
Em primeiro lugar ela desconsidera o
quadro de miséria e incapacidade do homem em realizar qualquer bem espiritual.
Repudia a verdade da depravação total e entra em conflito com ela, pois defende
que há algo de bom em alguns homens. Ela sugere que o homem não está completamente
morto, não é completamente avesso ao evangelho e de que não está sem
entendimento espiritual para compreender a mensagem do evangelho.
Em segundo lugar, esta posição é uma
negação direta daquilo que as Escrituras ensinam claramente. A declaração
doutrinária baseia a eleição à luz da presciência divina e define esta
presciência como o conhecimento prévio por parte de Deus daqueles que, no correr dos tempos, aceitariam
livremente o dom da salvação. Assim sendo, esta presciência é
interpretada no sentido de que "Deus previu que alguns indivíduos seriam
mais receptíveis a mensagem do evangelho e mais dóceis aos esforços do Espírito
e, visto que Deus sabia que eles creriam, consequentemente, predestinou-os para
a salvação”. É lógico concluir que esta definição torna Deus dependente das
ações do homem, já que faz com que Seus decretos se apóiem naquilo que Ele
descobre na criatura, ou seja, o ser pode pegar Deus de surpresa.
Em terceiro lugar, os textos bíblicos
citados para sustentar esta posição - Romanos 8:28-30, I Pe. 1:2
- necessitam de uma exegese mais
acurada. A palavra presciência significa conhecer de antemão, porém pode-se
conhecer previamente muitas coisas. A palavra presciência não se acha no Velho
Testamento. No Novo Testamento há quatro ocorrências desta palavra. “O fato é
que a palavra presciência nunca é
empregada nas Escrituras com relação a eventos ou ações, em lugar disso se
refere a pessoas”.
Somente
pessoas é que Deus declara que pré-conheceu de antemão, nunca as atitudes
destas pessoas. Este pré-conhecimento implica numa consideração íntima, em um
amor indescritível de Deus por essas pessoas, mas nunca pelas ações delas -
como, por exemplo: “(...) eleitos segundo a presciência de Deus Pai (...)” (I Pe. 1:2). Quem são os eleitos segundo
a presciência de Deus Pai? A resposta está no verso anterior “os peregrinos da
Dispersão” (I Pe. 1:1). Tanto aqui
como nas demais passagens o texto se refere a pessoas.
4) OBSERVAÇÕES GERAIS PARA
ACABAR COM O PRECONCEITO
1. Eleição
não é salvação, mas é para a salvação. "Pois que? o que Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos o
alcançaram, e os outros foram endurecidos", Rom. 11:7; "...por vos ter Deus elegido desde o princípio
para a salvação"; II Tess. 2:13.
Então, se o eleito obtém a salvação, e a eleição é para a salvação, ela deve
preceder à salvação. Os homens são salvos quando crêem em Cristo, não quando
são eleitos.
2. A eleição não é a causa de ninguém ir para o inferno,
porque a eleição é para a salvação. Também a eleição não é responsável pela perdição
dos pecadores. O PECADO é que manda os homens para o inferno, e todos os homens
são pecadores por natureza e prática - totalmente pecadores, à parte da eleição
ou não. A ELEIÇÃO NÃO PREJUDICA A NINGUÉM.
3.
A eleição pertence ao sistema da graça. Nos dias de Paulo houve um
remanescente entre os judeus que foi salvo de acordo com a eleição da graça (Rom. 11:5). A atitude dos homens em
relação à eleição é o teste final de sua crença na graça. Aqueles que se opõem
à eleição não podem consistentemente proclamar que crêem na salvação pela
graça.
4. A eleição não impede a salvação de ninguém que queira ser
salvo. Mas é preciso fazer uma distinção entre um simples desejo de se escapar
ao inferno e o desejo de ser salvo do pecado. O desejo de ser salvo do inferno
é natural - ninguém quer ficar queimando. O desejo de ser salvo do pecado é
espiritual, e é um resultado da obra convincente do Espírito Santo. E a graça
eficaz de Deus é a mãe desse desejo.
5. A eleição significa que o destino dos homens está nas mãos
de Deus. Muitos de nós consideramos como um axioma a afirmação de que o destino
de cada homem está em suas próprias mãos. Mas isto é negar o teor inteiro das
Escrituras. Em nenhum momento o destino dos santos está em suas mãos, nem antes
nem depois de salvos. Meu destino estava em minhas próprias mãos antes da minha
salvação?
5) ALGUNS PONTOS DE VISTA
FALSOS EXAMINADOS E REFUTADOS
1. O ponto de vista que os homens são eleitos quando crêem.
Este ponto de vista é facilmente refutado, porque é contrário tanto ao senso
comum, quanto às Escrituras. A eleição é para a salvação, e portanto, deve
precedê-la. Não tem sentido falar em eleger um homem para alguma coisa que ele
já tem. O homem tem salvação quando crê e portanto a eleição neste ponto não
seria necessária. A ELEIÇÃO TEVE LUGAR NA ETERNIDADE: A SALVAÇÃO TEM LUGAR
QUANDO O PECADOR CRÊ.
2. O ponto de vista que a eleição pertence só aos judeus.
Este ponto de vista tira dos gentios o conforto de Romanos 8:28-29. Além disso, Paulo, que foi um apóstolo aos gentios, diz
que ele suportou tudo pelos eleitos, para que eles pudessem obter a salvação, II Timóteo 2:10.
3. O ponto de vista que a eleição teve lugar na eternidade,
mas que foi tendo em vista o arrependimento previsto e fé. De acordo com este
ponto de vista, Deus, na eternidade, olhou através dos séculos e viu quem ia se
arrepender e crer, e estes que Ele viu de antemão foram eleitos para a
salvação. Este ponto de vista está correto só em um ponto, que é: a eleição
teve lugar na eternidade. Mas está errado quando faz a base da eleição ser algo
no pecador, em vez de alguma coisa em Deus. Leia Efésios
1:4-6, onde diz que a eleição e predestinação são "segundo o
beneplácito de Sua vontade" e "para louvor e glória de Sua
graça".
4. O Ponto de vista da Eleição limita a misericórdia de Deus. A este ponto devemos enfrentar duas
proposições auto-evidentes. Primeira: se Deus está tentando salvar cada membro
da raça caída de Adão, e não Se sai bem, então Seu poder é limitado e Ele não é
o Senhor Deus Todo-Poderoso. Segunda: se Ele não está tentando salvar cada
membro da raça caída, então Sua misericórdia é limitada. Necessariamente
teremos que limitar Sua misericórdia ou Seu poder, ou ir de malas e bagagens
para a posição Universalista. Mas, antes de fazermos isto, vamos "à lei e
ao testemunho" que diz: "Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e
terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia…..Logo pois compadece-se de
quem quer, e endurece a quem quer", Romanos
9:15-18.
5- OUTRA OBJEÇÃO A ELEIÇÃO É QUE ELA TORNA DEUS
INJUSTO. Esta objeção faz do criador ter
obrigação com a criatura. Ela
nega o direito do oleiro sobre o barro da mesma massa, de fazer um vaso para
honra e outro para desonra. Pela mesma igualdade de raciocínio, ela faz o
governador de um estado soberano, injusto ao perdoar um ou mais homens, a menos
que esvazie a prisão e solte todos os prisioneiros. A salvação não é um assunto
de justiça, mas de misericórdia. Não foi o atributo de justiça que levou Deus a
providenciar a salvação, mas o atributo da misericórdia. A justiça é
simplesmente cada homem receber o que merece. Os que vão para o inferno não vão
culpar ninguém, a não ser eles mesmos, enquanto que os que vão para o céu não
vão louvar ninguém a não ser a Deus. Leia Romanos
9:22-23.
6. OUTRA VEZ OBJETA-SE QUE
NOSSO PONTO DE VISTA DA ELEIÇÃO É CONTRA A DOUTRINA DO "QUEM QUISER".
Mateus 16:25 Porquanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha
causa achá-la-á.
Apocalipse
22:17 O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que
ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida.
A
vontade humana é livre, mas esta liberdade está dentro dos limites da natureza humana
caída. Ela é livre como a água: a água é livre para descer pela montanha. É livre
como o urubu: ele é livre para comer carniça, porque esta é sua natureza. Mas o
urubu morreria de fome num campo de trigo. Não é a natureza dele comer o que é
limpo; ele se alimenta de carniça, do que está morto. Assim também os pecadores
morrem de fome na presença do pão da vida. Nosso Senhor disse: "E não
quereis vir a mim para terdes vida", João
5:40. Não é natural para um pecador confiar em Cristo.
6. PORQUE A DOUTRINA DA ELEIÇÃO É ESSENCIAL EM NOSSAS IGREJAS
HOJE?
6.1.
Importância na Adoração
Quando a pessoa conhece a verdade, ela
se curva diante de Deus, agradecendo pelo que Ele fez por ela. Toda a
arrogância sai do indivíduo, restando a ele somente a gratidão de ser escolhido
e eleito por Deus sem merecimento algum.
6.2.
Importância na Compreensão da Bíblia
Sem a doutrina da eleição há sempre
uma falta de unidade de pensamentos, há sempre algo que não faz o menor sentido
na compreensão bíblica. Neste caso quase sempre o que se faz é ignorar estas
incoerências ou não falar de textos como o de Romanos 8:28-30 e dar
preferências a textos que não criem polêmica. Destarte, a Bíblia, ao invés de
uma unidade, passa a ser vista como partes de um quebra-cabeça que não se
encaixam. A eleição devolve esta harmonia à Palavra e permite a compreensão até
dos textos mais difíceis sem comprometer sua unidade.
6.3.
Importância no Evangelismo
Ora, se os eleitos serão salvos não
precisamos mais pregar o evangelho? Não
faz o menor sentido evangelizar se cremos nesta doutrina? Estas são as
principais questões levantadas pelos opositores. Entretanto, é preciso que se
diga que em nenhum momento a doutrina da eleição apaga a chama do evangelismo,
ao contrário disso, incendeia o coração dos crentes. O apóstolo Paulo declarou
esta verdade à Timóteo ao dizer que " tudo suporto por amor dos eleitos,
para que também eles alcancem a salvação que há em Cristo Jesus com
glória eterna " ( II Tim. 2:10
).
O eleito deve levar a sério a
pregação, e não há desculpas baseadas na doutrina da Eleição para a
não-pregação. Se alguém afirma ser um eleito de Deus deve encarar com muita
seriedade a pregação do Evangelho.
6.4.
Importância na Oração.
Não
adianta só falar de oração, é preciso que se tenha uma teologia da oração que
concilie a compreensão da pessoa de Deus e Sua obra com a do crente e suas
petições de maneira equilibrada, e antes de tudo, bíblica. É interessante que
toda a oração é um reconhecimento claro da soberania de Deus sobre a vida de
quem ora e sobre a vida por quem se ora. Isto vale tanto para questões de
salvação como para questões de âmbito geral da vida. O resgate de uma vida de
oração depende em muito do resgate desta doutrina como definida nos moldes
bíblicos.
6.5.
Importância na Humildade.
Esta qualidade que aponta para a
completa ausência de orgulho pessoal, para a completa ausência de segurança
pessoal e autodependência e está cada vez mais escassa em nossos círculos
religiosos e, porque não dizer, quase que completamente impopular só pode ser
resgatada com a pregação da doutrina que afirma que o homem não é nada diante
de Deus e por isso não deve ter maior conceito do que convém de si mesmo.
"Muita da arrogância, obstinação e das contendas nas igrejas de hoje,
seriam reduzidas se a nossa gente se humilhasse diante da majestade do Deus
soberano (...) a doutrina da eleição incondicional engrandece a soberana
santidade e justiça de Deus exclui a jactância e promove a humildade”.
6.6.
Importância nas Boas Obras.
É interessante observar que a Bíblia
firma que as boas obras da vida cristã foram ordenadas por Deus na mesma
ocasião em que teve lugar a eleição ( Ef. 2:10 ); são elas que fazem com que os crentes tenham em suas vidas as "impressões" de
Deus, por intermédio delas os eleitos exibem a pessoa de Cristo ( Rom. 8:29);
em certo sentido são elas que explicam à eleição dos crentes ( Ef.1:4,5; I Pe.
2:9); sem estes frutos na vida do crente como resultantes do processo de
santificação ninguém pode e nem tem direito de reivindicar para si ser um
eleito ou filho de Deus, visto que sem a santificação ninguém verá o Senhor.
7. APLICAÇÕES PRÁTICAS DA DOUTRINA DA ELEIÇÃO.
7.1.
Confortam os Crentes
Essa doutrina, sem dúvidas, dá
conforto os crentes que vivem em uma mundo tão problemático e atribulado.
Quando entendemos que tudo o que acontece está no controle de Deus, ficamos
confortados.
7.2.
Trazem Certeza ao Crente
Esse é um problema muito presente na
vida das pessoas que não entendem perfeitamente a doutrina da salvação e que
são arminianas. Muitas acham que dependem delas serem salvas, por isso sentem
medo ao saber que podem perdê-la.
7.3.
Fornecem Maior Confiança ao Pregador
Muitos pastores têm buscado de todas
as formas fazer com que suas igrejas cresçam. Com essa doutrina da ELEIÇÃO o
pregador tem mais confiança em Deus, que é o autor e consumador da salvação.
Ele deixa de confiar nas suas próprias forças para confiar em Deus. É mais
possível que um pecador creia e se arrependa, se a fé e o arrependimento
estiverem subordinados inteiramente a capacidade regeneradora do Espírito
Santo, do que se dependerem em parte da força de vontade desse pecador.
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