Salmo 2: Rebelião, o caminho da Condenação.

 Salmo 2

1- “Por que se enfurecem os gentios e os povos imaginam coisas vãs? 2  Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o SENHOR e contra o seu Ungido, dizendo: 3  Rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas. 4  Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles. 5  Na sua ira, a seu tempo, lhes há de falar e no seu furor os confundirá. 6  Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. 7  Proclamarei o decreto do SENHOR: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. 8  Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão. 9  Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro. 10 Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos advertir, juízes da terra. 11  Servi ao SENHOR com temor e alegrai-vos nele com tremor. 12  Beijai o Filho para que se não irrite, e não pereçais no caminho; porque dentro em pouco se lhe inflamará a ira. Bem-aventurados todos os que nele se refugiam”.

Vimos semana passada que há dois caminhos que o homem pode andar.

 A primeira palavra do livro de Salmos é “bem-aventurado” que significa estar em marcha. A primeira Palavra do Salmo primeiro está presente no último versículo do Salmo 2.

“...Bem-aventurados todos os que nele se refugiam”.

O Salmo primeiro mostra os dois caminhos, o Salmo segundo vai mostrar como Deus julga quem anda no mal caminho. Ele é um desdobramento do anterior.

Esse Salmo foi provavelmente composto para celebrar a vitória do rei de Jerusalém, rei de Judá sobre alguma nação inimiga, talvez Edom, ou Moame. E era cantado nos momentos de entronização do novo rei de Jerusalém.

Tornou-se um salmo messiânico porque cada rei de Jerusalém era um símbolo do Grande Rei que viria, era um tipo do Messias.

Então, é o primeiro Salmo messiânico. Tantos judeus como cristãos sempre viram no Salmo 2 um canto do triunfo do Messias.

No versículo 12, na terceira parte, vemos essa expressão: “bem aventurado todos aqueles que Nele confiam”. E todo o resto do Salmo mostra como Ele condena quem não confia. 

O Salmo canta a vitória final do Messias que nós entendemos ser Jesus Cristo.

Vemos nesse Salmo Quatro Partes:

Primeira Parte: Fúria e Rebelião Contra Deus:

Segunda Parte: A Tranqüilidade de Deus;

Terceira Parte: A Palavra do Messias;

Quarta Parte: O Apelo do Messias.

Primeira Seção do Salmo: Fúria e Rebelião Contra Deus 1-3

Os homens estão em fúria e Rebelião contra Deus. E a primeira palavra para que, no texto hebraico Lamar, na nossa tradução vem como por que. Mas é muito mais no sentido de qual é o propósito do que qual é a causa.

O autor está perplexo, para que? Não vai chegar a acordo nenhum, porque vocês estão se rebelando contra Deus? Para que?

Vemos pelos verbos do texto o motim do povo de Deus. “Amotinar, tramar, levantar e conspirar”.

Na realidade, é uma reunião dos homens contra o Messias.

É curioso que não apenas na Bíblia, mas ao longo de toda história encontramos os homens sem querer Deus. Querem os favores de Deus, tanto que tem gente que só lembra de igreja quando a situação fica preta. Mas quando as coisas vão bem, não estão nem ai!

Na realidade, os homens não querem Deus.

 Lucas 19:14  “Mas os seus concidadãos o odiavam e enviaram após ele uma embaixada, dizendo: Não queremos que este reine sobre nós”.

Jesus conta uma parábola sobre a manifestação do reino de Deus e mostra também a atitude de rebelião dos homens  e está palavra é muito emblemática: “Não queremos que este homem reine sobre nós”.

Não querem que o filho do Rei reine sobre eles.

Mateus 27:20-23  20  “Mas os principais sacerdotes e os anciãos persuadiram o povo a que pedisse Barrabás e fizesse morrer Jesus. 21  De novo, perguntou-lhes o governador: Qual dos dois quereis que eu vos solte? Responderam eles: Barrabás! 22  Replicou-lhes Pilatos: Que farei, então, de Jesus, chamado Cristo? Seja crucificado! Responderam todos. 23  Que mal fez ele? Perguntou Pilatos. Porém cada vez clamavam mais: Seja crucificado!”

Nesse momento preferem Barrabas à Cristo. Isso não é episódio, isso é um símbolo de uma atitude que os homens tomam nas suas relações e ao longo da história.

Veja o texto paralelo a esse episódio em João 19:15

“Eles, porém, clamavam: Fora! Fora! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso rei? Responderam os principais sacerdotes: Não temos rei, senão César!”

Preferiram Barrabas, preferiram César, qualquer um, menos Cristo.

O propósito divino é a lei de Deus regendo os homens. Os homens sempre quiseram uma autonomia, suas próprias leis que acabam levando a anomia, que é a ausência de lei.

A historia humana não é uma história de submissão a Deus e nem de busca por Deus. É uma sucessão de desastres!

Sem Deus o homem é um desorientado e é importante numa época tão romântica, em que as ações são sempre desculpadas e todos os crimes são sempre justificados a pobreza e a falta de oportunidades social, falta de lazer, mas a Bíblia não mostra o homem como se fosse um coitadinho, mas como rebelde, de armas nas mãos contra Deus.

E para nós fica uma lição: Nós podemos aparentar muita submissão, na hora de cantar levantamos as mãos, reviramos os olhos, mas na vida não se vê submissão. Na vida não se vê adequação à vontade de Deus.

Quando as coisas não saem como nós queremos vem à revolta e a frustração.

Fúria e rebelião contra Deus, pessoas que não querem o domínio de Deus. Não querem o governo de Deus na sua vida.  Querem favores, querem benção, querem proteção, mas não querem direção.

Na Segunda Parte: A Tranqüilidade de Deus. 4-6

O Senhor Zombará deles,  Ele tem senso de humor, o Senhor se rirá deles. É a única passagem da Bíblia que fala que Deus está rindo de alguma coisa.

Ele não ri de nenhuma piada, ele ri do rebelde. Ele ri e depois se zanga, e a Palavra é bem clara:

“Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião”. (6)

Originalmente o Rei era de Jerusalém.

Se vocês estão se revoltando contra ele, saiba que eu é quem estabeleci.

Querer ou não querer o Messias, isso não altera o propósito de Deus. Deus o estabeleceu.

E toda essa parte mostra que Deus não se perturba. Originalmente o santo monte era o Sinai, desde a fundação do templo,  agora passou a ser Sião.

Isso mostra que Deus tem um propósito. Deus não altera o Seu propósito por causa do nosso querer e Deus também não se preocupa com as nossas conveniências.

Se gostamos ou não gostamos, isso não vai fazer diferença.

Daniel 2:44  “Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre”,

Daniel está cinco séculos antes de Cristo. Interpreta um sonho do rei Nabucodonosor. Quatro grandes impérios mundiais. O império Caldeu, do qual o Nabucodonosor era o representante, depois os Medos-Persas, depois os gregos e por fim o império romano.

E nos dias desse império, o romano, Deus estabeleceu um rei, Jesus Cristo. Essa parte mostra que Deus não se perturba, não se desorienta, as revoltas humanas não afetam o propósito de Deus.

É muito melhor que nós nos submetamos a Ele do que tentarmos trazê-Lo para o nosso lado.

Não faremos Deus mudar de idéia. Mas teremos bom senso se descobrirmos para onde Deus indica e caminharmos com Ele, um Deus tranqüilo que se ri de todos os poderosos.

Está preocupado com muitas coisas, Deus diz: Espera, o seu tempo vai chegar.

Terceira Parte: A Palavra do Messias.

São as primeiras palavras de Jesus no Livro de Salmos.

 “Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei”.

Ele disse isso. É o filho quem está falando. Ele fala da promessa que o Pai lhe deu. Quando se diz que ele é filho e hoje te gerei, significa que ele é da mesma substância de Deus.

Jesus não é um Deus de segunda categoria. Ele é o Deus encarnado, Ele é o próprio Deus.

Atos 13: 33 “como Deus a cumpriu plenamente a nós, seus filhos, ressuscitando a Jesus, como também está escrito no Salmo segundo: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei”.

A igreja entendeu que o Salmo 2 falava de Jesus que disse que o salmo dois falava Dele.

Hebreus 1:5 “Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho?”

É a divindade de Jesus no Antigo Testamento. O versículo oito fala do domínio Dele. Esse é o Pai quem diz a Ele,

“Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão”.

O mundo é de Cristo. Filipenses 2:9-11

9  “Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, 10  para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, 11  e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai”.

Os homens podem não querer Cristo, mas o mundo caminha para as mãos de Cristo e será dominado por Cristo e o mundo dobrará o seu joelho diante de Cristo.

Por mais volta que o mundo dê, o mundo caminha para o lugar que Deus destinou, o domínio de Jesus Cristo. O mundo foi dado a Ele.

“Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro’. (9)

Um choque entre uma vara de ferro e um vaso de barro, o que acontece? Quebra-se o vaso de barro. A força e a fraqueza.

Há rebelião, Ele aniquilará os rebeldes, O texto no versículo nove é uma profecia da Batalha final de Cristo contra os seus adversários.

Apocalipse 17:14  “Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com ele”.

1Corintios 15:24-25 “E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. 25  Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés”.

Pensando que a causa do evangelho é vencedora, será triunfante, pois nós não estamos envolvidos com uma causa que pode ou não dar certo.

A igreja é vocacionada para vitórias. Às vezes temos sonhos pequenos, visão pequena, às vezes ficamos acomodados, achamos que não vai dar certo, temos medo de ousar.

Parece que somos comprometidos, mas com uma causa humana e não como aquele que é dado como Vencedor.

Ele não sai para empatar, ele sai para vencer. Ele é vitorioso e a igreja é Dele.

Quarta e ultima Parte: O Apelo do Messias.

Ele vai julgar, mas não tripudia, esse é o caráter de Cristo. Ele até convida:

10 “Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos advertir, juízes da terra”.

E no versículo 11, já que eles começaram com rebelião, Ele faz um apelo para mudarem de vida:

“Servi ao SENHOR com temor e alegrai-vos nele com tremor”.

“Ao invés de se rebelarem, sirvam”.

Ele chama a conversão, ele chama a mudança. É a sujeição à Deus.

No versículo 12, ele pede que eles tenham um gesto de amor em vez de rebeldia.

12  “Beijai o Filho para que se não irrite, e não pereçais no caminho; porque dentro em pouco se lhe inflamará a ira”.

Antes do juízo sempre há um convite à mudança. Sempre há uma chamada ao arrependimento.

Às vezes, somos rebeldes e Deus espera que manifestemos o nosso Amor.

E duas vezes se fala sobre ira no versículo 12. Em outras palavras, não brinque com Deus.

Há gente que brinca com Ele, endurece o coração, ouve o Evangelho por diversas vezes e está sempre sendo escarnecedor do Evangelho.

E o salmo termina como começa o primeiro: Bem Aventurado,

Conclusão:

Para que, pergunta ele. Para que essa rebelião? Para nada, não vai levar a lugar nenhum. Então que mudem a atitude e de rebeldes passem a bem aventurados.

Eis a pergunta: Porque a indiferença de tanta gente para com Jesus Cristo, a apatia para com o Evangelho, à rebeldia para com a vontade de Deus?

Mude de vida, Jesus Cristo é o Messias, é o Rei, é aquele que há de triunfar. O tempo de amizade é agora, agora Ele oferece amizade.

Hebreus 3:7-8  “Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração como foi na provocação, no dia da tentação no deserto”,