INTRODUÇÃO.
Há muita gente em nossas igrejas que não tem “plena certeza de fé”. Tais pessoas não
têm certeza de que seus pecados foram perdoados, e certamente não podem dizer
com convicção que vão para o céu.
Quando fazemos a pergunta: “Você tem certeza da sua salvação?”, muitas vezes vem a resposta:
“Acho que sim, espero que sim”.
Existem pessoas que têm duvidas. Alguns insistem em
dizer que é presunção dizer que sabem que seus pecados já estão perdoados ou
que sabem que vão para o céu.
Mas há também o contrário: pessoas presunçosas que
acham que são crentes e não são.
A paternidade biológica pode ser rejeitada, mas não negada. O descendente traz, no
organismo e na psique, a herança de seus ancestrais. A paternidade espiritual é
algo semelhante, porém mais radical e
mais profunda: É inegável e irrecusável. Uma vez filho, eternamente filho.
A certeza da salvação procede da filiação. Existe
exclusivamente no regenerado; uma convicção natural, intelectualmente
inexplicável; uma operação interna do Espírito Santo: "O próprio Espírito testifica com o nosso
espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também
herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo" (Rm 8.16,17a).
I - SE VOCÊ MORRER AGORA, PARA ONDE VAI?
1.1 - O
católico romano responde:
Para o purgatório, pois não cometi nenhum pecado
mortal, e os veniais, não havendo tempo de confessá-los ao santo padre, a
intercessão da Igreja e os méritos de Cristo, da virgem e dos santos
tirar-me-ão de lá para o céu.
1.2 - O
espírita reencarnacionista:
Bem, tenho muitas culpas e delitos a serem expiados.
Não sei se passarei a um estágio superior ou se meu espírito, depois de vagar
muito, reassumirá outro corpo no planeta terra pelo qual pagarei os pecados do
atual. O melhor caminho para subir a escala espiritual dos mundos etéreos é a
caridade.
1.3 - O
ateu:
Volto para a terra de onde a natureza me tirou. Não
creio em qualquer vida além da natural.
1.4 - O indeciso
e inseguro.
Agora, talvez não esteja "preparado". Deus me deu a graça de crer e de aceitar Jesus
Cristo, mas a salvação depende de meu esforço pessoal, de minha santificação,
de minha fidelidade, de minha permanência na fé. Tendo orado muito para que
Deus não me leve de surpresa, pois a morte imprevista pode pegar a gente
despreparada para partir. A santificação
pode ser reversível, o crente pode
cair, perdendo o estado de graça. Tenho medo de ser apanhado em situação de
queda, pois nesta condição minh'alma estará perdida. Deus é fiel, mas eu nem sempre sou fiel. Vacilo muito. Receio
morrer de repente. Sei que Deus faz a parte dele, disto não tenho dúvida. A
minha parte, contudo, reconheço, tem sido insuficiente.
I.5 – O crente seguro e confiante:
Morrendo hoje, ou em qualquer outro
dia, serei levado imediatamente, para o reino dos céus para o lugar que me está
preparado desde a eternidade. Faço minhas as palavras de Paulo; "Para mim, o viver é Cristo, e o morrer é
lucro" (Fp.1.21), "porque, se vivemos, para o Senhor
vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos,
somos do Senhor. Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu;
para ser Senhor tanto de mortos como de vivos" (Rm.14.8,9).
Não
escolhi; fui escolhido. Não me
achei; fui achado. Não me regenerei; fui regenerado. Estava perdido como ovelha
sem pastor, e Jesus Cristo encontrou-me, tomou-me em seus braços, fez-me ovelha
sua, colocou-me em seu aprisco, assumiu sobre mim o senhorio e me concedeu a graça
da paternidade. Sou de Cristo e
tenho a inabalável convicção de que ele não
me rejeita, não me exclui, não me
abandona: "Todo que o Pai me dá
esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora (Jo.6.37).
2. DEUS PRESERVA OS SANTOS
O crente não persevera fundamentado em
suas forças pessoais, em sua capacidade
de decidir, escolher, estabelecer e consolidar. É Deus que, pela sua
infinita misericórdia, inescrutável vontade, insondável amor e inestimável
soberania escolheu-nos, elegeu-nos,
salvou-nos em Cristo Jesus, seu Filho amado, e nos mistérios da graça nos
mantém. Não é o crente que não perde a salvação; é o Salvador que não perde o
salvo; o Pastor que não despreza a sua ovelha.
Em Cristo a imortalidade entrou no
universo dos mortais, a vida eterna penetrou a existência finita do ser humano;
e o frágil pecador tornou-se forte ao ser inserido, pelo beneplácito divino, na
pessoa do Verbo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O Criador recria os seus eleitos em seu
Filho, mudando-lhes a natureza, a vontade, a razão, os desejos, o
entendimento, conformando o querer de seu regenerado ao seu próprio querer.
Somos
criados por Deus, por ele salvos e preservados na salvação. Tudo vem dele,
conforme os textos abaixo:
a)
"Dar-vos-ei coração novo, e porei dentro em
vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de
carne. Porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus
estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis" (Ez.36.26.27). Aqui está a promessa da regeneração.
b)
"E há diversidade de realizações, mas o mesmo
Deus é quem opera tudo em todos" (I
Co 12.6).
Deus, soberanamente, distribui os dons aos salvos. Não se há de buscá-los. O que o homem
conquista não pode ser dádiva, e não vem da graça de Deus.
c)
“Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de
completá-la até ao dia de Cristo Jesus" (Fp 1.6).
Paulo expressa sua certeza na salvação e na santificação, pois tanto a regeneração
como o crescimento espiritual do redimido são
obras do Senhor, e não ficam sujeitas às fraquezas humanas.
d) "Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar,
segundo a sua boa vontade" (Fp 2.13). O apelo
de`Paulo, no versículo anterior, para que os crentes desenvolvam a salvação, não se fundamenta na vontade humana irregenerada, mas na mente controlada pelo Espírito Santo. O filho
recriado em Cristo Jesus
conforma-se, em decorrência de sua nova natureza, ao seu Criador. O que o Pai
deseja, o regenerado expressa, pois são afins.
e)
"Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus.
Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido
e aprendido, esse vem a mim"
(Jo 6.44,45).
f)
“Em verdade, em verdade vos digo: Não
foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem
vos dá. Porque o pão de Deus é o que desce
do céu e dá vida ao mundo" (Jo
6.32,33).
g) "Ele nos deu vida, estando nós mortos
em nossos delitos e pecados" (Ef
2.1).
A vida é dom de Deus, e sua gratuidade é absoluta. Recebemo-la sem qualquer
merecimento. Baseia-se, não nas virtudes humanas, mas no beneplácito de Deus. O
morto não tem vontade e nem volição.
A certeza da salvação não vem da soberania do eu, mas da de Deus em cada redimido pelo testemunho interno do Espírito Santo.
3 - FUNDAMENTOS BÍBLICOS DA CERTEZA DA
SALVAÇÃO:
3.1- Somos do Pai, dados ao Filho:
a) "Todo aquele
que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei
fora" (Jo 6.37).
Repita: "O que vem a
mim, de modo nenhum o lançarei fora". Jesus Cristo poderia ser mais
claro?
b) "Ninguém pode
vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer" (Jo 6.44).
c) "É a
vontade de quem me enviou é esta: Que nenhum eu perca de todos os que me deu"
(Jo 6.39).
d) "Aquilo que o
Pai me deu é maior que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar" (Jo 10.29).
e) "É por eles
que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus"
(Jo 17.9).
f) "Pai, a minha
vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste,
porque me amaste antes da fundação do mundo" (Jo 17.24).
g) "Manifestei o
teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e eles
têm guardado a tua palavra" (Jo
17.6).
Estamos em Cristo porque somos de Deus; e Deus não nos
perde.
3.2 - Somos ovelhas do Pai sob o pastoreio de Cristo:
a) "O ladrão
vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a
tenham em abundância. Eu sou o bom Pastor. O bom Pastor dá a vida pelas ovelhas" (Jo 10.10,11).
b) "Eu sou o
Bom Pastor; conheço as minhas ovelhas, elas me conhecem a mim" (Jo 10.14).
c)
"Ele chama pelo nome as suas ovelhas e as
conduz para fora" (Jo 10.3).
O Supremo Pastor individualiza e
pessoaliza cada ovelha, chamando-a pelo nome.
d)
"Depois de fazer sair todas as que lhe
pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem porque lhe reconhecem a voz"
(Jo 10.4).
A relação Pastor-ovelha é íntima, fraternal e profunda. A ovelha que não
se sente segura, é porque não confia no Pastor, o único confiável.
3.3 - Somos escolhidos, não escolhedores:
a)
"Não fostes vós que me escolhestes a mim;
pelo contrário, eu vos escolhi, e vos designei para que vades e deis frutos"
(Jo 15.16).
b) "Se
fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como todavia, não sois do
mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia"
(Jo 15.19).
c)
"Sois povo santo do Senhor vosso Deus, e o
Senhor vos escolheu de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe
serdes seu povo próprio" (Dt
14.2). Vejam ainda: Mt 24.22,31; Rm
8.33; 1 Pe 1.2; 1 Co 1.26; Ef 1.4; Tg 2.5; 1 Pe 2.10.
3.4 - Somos eleitos:
a)
"Assim como nos escolheu nele antes
da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em
amor nos predestinou para ele, para adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo,
segundo o beneplácito de sua vontade" (Ef 1.4,5). Guarde a frase:
"E em amor nos predestinou para ele".
b) "Porquanto
aos que de antemão conheceu, também os predestinou
para serem conformes a imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito
entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que
chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou".
(Rm 8.29,30).
Guarde bem: Fomos preordenados para sermos "conformes" a imagem de Cristo. E
porque somos preordenados, fomos chamados, justificados e glorificados na
presente vida e muito mais seremos na vindoura.
c) "Nele,
digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito
daquele que faz todas as coisas conforme o conselho de sua vontade" (Ef 1.11). Não nos resta dúvida, somos
eleitos "conforme o conselho da
vontade de Deus".
3.5
- Temos a vida eterna:
a) "As minhas
ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida
eterna; jamais perecerão, eternamente, e ninguém as arrebatará da minha mão"
(Jo 10.27,28). Aqui Cristo declara
categoricamente a dádiva da vida eterna e a segurança da salvação: Dou-lhes a vida eterna; jamais perecerão.
b) "Os
gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e
creram todos os que haviam sido destinados
para a vida eterna" (At 13.48).
Observe: Os que são "destinados para a vida eterna", crêem em Cristo. A fé
salvadora é conseqüência da eleição.
c) "E o
testemunho é este: Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está no seu Filho.
Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a
vida" (I Jo 5.11,12).
Pergunte
a você mesmo:
Vida eterna que se pode perdê-la é eterna? Para ser eterna depende então de
mim? Existe vida eterna condicional?
3.6 - Temos certeza da salvação:
a) "Estou
plenamente certo de que aquele que começou boa obra em nós há de completá-la
até ao dia de Cristo Jesus" (Fp
1.6).
Deus em Cristo começou a obra pela regeneração e
consumá-la-á pela ressurreição. Por ele somos o que somos, e seremos o que ele determinou que sejamos.
b)
"Todavia o Senhor é fiel; ele vos confirmará
e guardará do maligno" (II Ts
3.3).
Estamos firmes, não
por nossa fidelidade, mas pela fidelidade de Cristo.
c)
"Porque sei em quem tenho crido, e estou
certo de que ele é poderoso para
guardar o meu depósito até aquele dia" (II Tm 1.12b).
O crente se
firma no poder de Cristo, não em seus poderes. Somos dele, e ele nos
preserva em nossa peregrinação até o juízo final.
d) “Porque eu estou bem
certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as
coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, 39 nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura
poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
(Romanos 8:38-39).
3.7 - Temos o Dom da Fé:
a)
"Aproximemo-nos com sincero coração, em plena
certeza da fé, tendo os corações purificados da má consciência, e lavado o corpo com água pura.
Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel"
(Hb 10.22,23).
b)
" Visto que a justiça de Deus se revela no evangelho de fé em fé, como
está escrito: O justo viverá pela fé" (Rm 1.17).
c) "Logo já não sou quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que
agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo
se entregou por mim" (Gl 2.20).
Porque Cristo vive em nós é que vivemos pela fé.
Cristo não perde sua ovelha, logo, ela não perde Cristo.
d) "De fato, sem fé é
impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de
Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam"
(Hb 11.6).
Busca a Deus, pela fé aquele que, antes, Deus o buscou:
"Não escolhestes a mim; eu vos escolhi" (Jo 15.16).
e) "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e
isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8). A fé é um dom de
Deus pelo qual recebemos a salvação em Cristo Jesus.
f)
"Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com
Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem obtivemos
igualmente acesso, pela fé a esta graça
na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória do Filho de
Deus" (Rm 5.1,2).
3.8 - Temos o Dom da Esperança:
a) "Porque na
esperança fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que
alguém vê, como o espera?" (Rm 8.24).
b) "E a si mesmo
se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro" (I Jo
3.3.).
c) "Porque
nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé"
(Gl 5.5).
d)
"Antes, santificai a Cristo, como
Senhor, em vossos corações, estando sempre preparados para responder a todo
aquele que vos pedir razão da esperança
que há em vós"
(I Pe 3.15), A esperança mantém no
nosso ser a firme convicção de que já somos herdeiros do reino porvir, embora
ainda na militância terrestre, sem pátria neste mundo.
3.9 - Temos o selo e o penhor do Espírito Santo:
a) "E não
entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção"
(Ef 4.30). Memorize a frase: "Fostes
selados para o dia da redenção", isto é, conservados, protegidos,
guardados, assinalados.
b) "Mas
aquele que nos confirma convosco em Cristo, e nos ungiu, é Deus, que também nos
selou e nos deu o penhor do Espírito em nossos corações" (II Co 1.21,22).
O penhor do
Espírito Santo em nós nos garante que somos propriedades de Deus.
c)
"Depois que ouvistes a palavra da verdade, o
evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança até ao resgate
da sua propriedade, em louvor da sua glória" (Ef 1. 13,14).
Pode perder-se aquele a quem Deus selou? aquele que tem o penhor do Espírito? Quem não tem o
Espírito não é de Deus. (Rm 8.9,11).
3.10 - Somos regenerados:
a) "E assim, se
alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas passaram; eis que se
fizeram novas" (II Co 5.17).
b) "Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da
vontade do homem, mas de Deus" (Jo 1.13).
c)
"Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que,
segundo a sua muita misericórdia, nos
regenerou para a uma viva esperança mediante a ressurreição de Jesus Cristo
dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível,
reservada nos céus para vós" (I Pe 1.3,4).
Guardem bem: Regenerados para uma viva esperança, para uma herança incorruptível reservada nos céus para nós. Há
lugar aqui para perda da salvação? Para dúvidas? Pode um regenerado,
isto é, nascido de novo segundo Deus, perder-se? O filho espiritual por
natureza, não duvida da paternidade divina.
3.11 - Somos habitação do Espírito Santo:
a) "Não sabeis que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita
em vós?" (I Co 3.16).
b) "Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito
de Deus habita em vós. E se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é
dele" (Rm 8.9).
c)
"Se habita em
vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que
ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos, vivificará também os vossos corpos
mortais, por meio do seu Espírito, que em vós habita" (Rm 8.11)
Ora, se você é o templo do
Espírito Santo, este mortificará os
feitos do seu corpo, guiá-lo-á nas sendas da graça e da fé, testificará com
o seu espírito que, de fato, você é filho de Deus (Rm 8.12,16). Tenha sempre em mente a soberania do Espírito. Ele não
está sob nosso controle, nós é que somos controlados por ele. Já imaginou um ''templo do Espírito
Santo" indo para o inferno? Não, isso não acontecerá. Dentro da
Igreja, quem duvida de sua salvação é joio, não tem o testemunho do Espírito:
"O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de
Deus" (Rm 8.16).
3.12 - Temos a Garantia da Intercessão
de Cristo:
a)
"Este, no
entanto, porque continua para sempre, tem o seu sacerdócio imutável. Por isso
também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre
para interceder por eles" (Hb
7.25).
b)
"Quem os
condenará? É Cristo quem morreu, ou antes, quem ressuscitou, o qual está à
direita de Deus, e também intercede por nós" (Rm 8.34).
Você, crente, está sob os cuidados pastorais de Cristo,
que, continuamente, ora intercessoriamente por você, no
trono celeste, junto ao Pai. O seu ministério sacerdotal, de caráter eterno, é
garantia de nossa redenção.
3.13 - Não somos órfãos:
a) "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro
Consolador, a fim de que esteja para sempre
convosco, o Espírito da verdade, que o
mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; vós o conheceis, porque
ele habita convosco e estará em vós. Não
vos deixarei órfãos voltarei para vós". (Jo 14.16-18).
b) "E eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos" (Mt 28.20b). A insegurança é para o bastardo, filho sem pai, não para o crente
sob a paternidade divina.
3.14 - Nossa vida está oculta em Deus
por Cristo:
a) "Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque
morrestes, e a vossa vida está oculta
juntamente com Cristo, em Deus" (Cl
3.2,3).
b) "Eu neles e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade"
(Jo 17.23a).
Como pode um
eleito inserido em Cristo, estabelecendo ligação com a divindade pelo Filho,
perder a salvação?
3.15 - Somos membros do corpo do
Cristo, a Igreja invisível:
a) "Como
ramos na Videira" (Jo 15.1-8,16).
b) "Como
pedras no edifício" (I Pe 2.5).
c) "Como
órgãos no organismo'' (I Co 12.12-27).
d) "Como
filhos de Deus" (Rm 8.14-17).
e) "Como
partes da unidade corporativa"
(Ef 4.4-6; Cl 1.18; I Co 11.3).
Deus nos
colocou nesta relação unitária com Cristo e com os irmãos.
3.16 - Santificação e boas obras, frutos da eleição:
a)
"Porquanto aos que antemão conheceu, também os predestinou para serem
conformes a imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre
muitos irmãos" (Rm 8.29). Ser "conforme a imagem" de
Cristo, é ter relação perfeita com Deus, é ser santificado.
b)
"Assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante
ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus
Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade" (Ef 1.4,5).
Retenha bem isto:
Fomos escolhidos para sermos santos e
irrepreensíveis. Santificação e boas obras são sinais externos da bênção
interna da regeneração. Os eleitos regenerados são conhecidos por seus
frutos (Mt 7.15-20). Muitos,
esquecendo-se de que a eleição induz à conversão, à regeneração e à
santificação, milagres realizados por e em Cristo, dizem que a "segurança dos santos" é uma doutrina
que leva à apatia espiritual e ao relaxamento moral. Ao contrário. A frieza
e o mau testemunho do "suposto crente" são evidências de que não é um
escolhido. Respondamos com um texto
elucidativo:
"Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive
pecando não o viu, nem o conheceu. Filhinhos, não vos deixeis enganar por
ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. Aquele
que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde principio. Para isto se manifestou o filho de Deus, para
destruir as obras do diabo. Todo aquele que é nascido de Deus (regenerado) não vive na prática do
pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver
pecando, porque é nascido de Deus (regenerado).
Nisto são manifestos os filhos de Deus e os do diabo: Todo aquele que não
pratica justiça não procede de Deus, também aquele que não ama a seu irmão"
(I Jo 3.6-10).
A santificação, portanto, é o sinal visível e externo da
eleição.
Dizem também que não tem sentido evangelizar.
Também a evangelização é por eleição.
Há um nexo causal entre a
graça eficaz e a segurança dos salvos. Não
nos sentimos seguros porque confiamos em nós mesmos, mas porque Deus teve
misericórdia de nós. Porém, a certeza da salvação não envaidece o eleito, pois o egocentrismo não mais existe no seu coração e na sua mente. A ele Cristo pode
dizer: "Bem-aventurados os humildes
de espírito, porque deles é o reino dos céus" (Mt 5.3).
Os textos que falam de afastamento da Igreja e da
apostasia não se referem obviamente, aos
verdadeiramente regenerados, aos filhos da promessa, aos herdeiros das
bem-aventuranças eternas em Cristo Jesus.
4 – CONCLUSÃO
O verdadeiro não deve ter, ELE TEM, certeza de sua
salvação. Esta certeza lhe vem da regeneração que, por sua vez, procede da
eleição.
A Palavra
de Deus nos comunica, e o Espírito Santo por ela nos garante, que
somos filhos de Deus, herdeiros da
promessa, eleito segundo o beneplácito do Pai, conforme o soberano conselho de
sua vontade. A absoluta inabilidade do
homem impede-o de qualquer gerência ou agência no âmbito de seu destino
espiritual, pois está morto em seus delitos e pecados. Somente o amor de
Deus em Cristo pode ressuscitá-lo. E ressuscita.
E a quem devemos tudo isto? - A Jesus Cristo, Senhor nosso, autor e consumador de nossa fé, doador
da vida eterna aos eleitos, já na
presente existência (Hb
12.22; Jo 10.26-29).
Precisamos manter os nossos olhos fixos no senhor
Jesus e através Dele gozar a plena certeza da nossa salvação. Precisamos
confiar totalmente nas promessas preciosas da palavra de Deus, na perfeição da
obra redentora de Cristo e na confirmação do testemunho do espírito em nosso
coração.
A certeza da vida eterna é obra do Espírito Santo no
coração dos salvos em Cristo Jesus; é a conseqüência natural da esperança; é o resultado
da fé; é a vitalidade do amor ao Pai, da submissão ao Filho, das consolações do
Espírito.
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