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segunda-feira, 9 de abril de 2012

Certeza de Salvação? Um olhar Reformado.



INTRODUÇÃO.

Há muita gente em nossas igrejas que não tem “plena certeza de fé”. Tais pessoas não têm certeza de que seus pecados foram perdoados, e certamente não podem dizer com convicção que vão para o céu.
Quando fazemos a pergunta: “Você tem certeza da sua salvação?”, muitas vezes vem a resposta: “Acho que sim, espero que sim”.
Existem pessoas que têm duvidas. Alguns insistem em dizer que é presunção dizer que sabem que seus pecados já estão perdoados ou que sabem que vão para o céu.
Mas há também o contrário: pessoas presunçosas que acham que são crentes e não são.
A paternidade biológica pode ser rejeitada, mas não negada. O descendente traz, no organismo e na psique, a herança de seus ancestrais. A paternidade espiritual é algo semelhante, porém mais radical e mais profunda: É inegável e irrecusável. Uma vez filho, eternamente filho.
A certeza da salvação procede da filiação. Existe exclusivamente no regenerado; uma convicção natural, intelectualmente inexplicável; uma operação interna do Espírito Santo: "O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo" (Rm 8.16,17a).

I - SE VOCÊ MORRER AGORA, PARA ONDE VAI?
1.1 - O católico romano responde:
Para o purgatório, pois não cometi nenhum pecado mortal, e os veniais, não havendo tempo de confessá-los ao santo padre, a intercessão da Igreja e os méritos de Cristo, da virgem e dos santos tirar-me-ão de lá para o céu.

1.2 - O espírita reencarnacionista:
Bem, tenho muitas culpas e delitos a serem expiados. Não sei se passarei a um estágio superior ou se meu espírito, depois de vagar muito, reassumirá outro corpo no planeta terra pelo qual pagarei os pecados do atual. O melhor caminho para subir a escala espiritual dos mundos etéreos é a caridade.

1.3 - O ateu:
Volto para a terra de onde a natureza me tirou. Não creio em qualquer vida além da natural.

1.4 - O indeciso e inseguro.
Agora, talvez não esteja "preparado". Deus me deu a graça de crer e de aceitar Jesus Cristo, mas a salvação depende de meu esforço pessoal, de minha santificação, de minha fidelidade, de minha permanência na fé. Tendo orado muito para que Deus não me leve de surpresa, pois a morte imprevista pode pegar a gente despreparada para partir. A santificação pode ser reversível, o crente pode cair, perdendo o estado de graça. Tenho medo de ser apanhado em situação de queda, pois nesta condição minh'alma estará perdida. Deus é fiel, mas eu nem sempre sou fiel. Vacilo muito. Receio morrer de repente. Sei que Deus faz a parte dele, disto não tenho dúvida. A minha parte, contudo, reconheço, tem sido insuficiente.

Caixa de texto: b) "Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade" (Fp 2.13).
O apelo paulino, no versículo anterior, para que os crentes desenvolvam a salvação, não se fundamenta na vontade humana irregenerada, mas na mente controlada pelo Espírito Santo. O filho recriado em Cristo Jesus conforma-se, em decorrência de sua nova natureza, ao seu Criador. O que o Pai deseja, o regenerado expressa, pois são afins.

I.5 – O crente seguro e confiante:

Morrendo hoje, ou em qualquer outro dia, serei levado imediatamente, para o reino dos céus para o lugar que me está preparado desde a eternidade. Faço minhas as palavras de Paulo; "Para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro" (Fp.1.21), "porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor. Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu; para ser Senhor tanto de mortos como de vivos" (Rm.14.8,9).

Não escolhi; fui escolhido. Não me achei; fui achado. Não me regenerei; fui regenerado. Estava perdido como ovelha sem pastor, e Jesus Cristo encontrou-me, tomou-me em seus braços, fez-me ovelha sua, colocou-me em seu aprisco, assumiu sobre mim o senhorio e me concedeu a graça da paternidade. Sou de Cristo e tenho a inabalável convicção de que ele não me rejeita, não me exclui, não me abandona: "Todo que o Pai me dá esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora (Jo.6.37).

2. DEUS PRESERVA OS SANTOS

O crente não persevera fundamentado em suas forças pessoais, em sua capacidade de decidir, escolher, estabelecer e consolidar. É Deus que, pela sua infinita misericórdia, inescrutável vontade, insondável amor e inestimável soberania escolheu-nos, elegeu-nos, salvou-nos em Cristo Jesus, seu Filho amado, e nos mistérios da graça nos mantém. Não é o crente que não perde a salvação; é o Salvador que não perde o salvo; o Pastor que não despreza a sua ovelha.
Em Cristo a imortalidade entrou no universo dos mortais, a vida eterna penetrou a existência finita do ser humano; e o frágil pecador tornou-se forte ao ser inserido, pelo beneplácito divino, na pessoa do Verbo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O Criador recria os seus eleitos em seu Filho, mudando-lhes a natureza, a vontade, a razão, os desejos, o entendimento, conformando o querer de seu regenerado ao seu próprio querer.

Somos criados por Deus, por ele salvos e preservados na salvação. Tudo vem dele, conforme os textos abaixo:

a)                 "Dar-vos-ei coração novo, e porei dentro em vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis" (Ez.36.26.27). Aqui está a promessa da regeneração.

b)                 "E há diversidade de realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos" (I Co 12.6).
Deus, soberanamente, distribui os dons aos salvos. Não se há de buscá-los. O que o homem conquista não pode ser dádiva, e não vem da graça de Deus.

c)      Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao dia de Cristo Jesus" (Fp 1.6).
Paulo expressa sua certeza na salvação e na santificação, pois tanto a regeneração como o crescimento espiritual do redimido são obras do Senhor, e não ficam sujeitas às fraquezas humanas.
d)     "Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade" (Fp 2.13). O apelo de`Paulo, no versículo anterior, para que os crentes desenvolvam a salvação, não se fundamenta na vontade humana irregenerada, mas na mente controlada pelo Espírito Santo. O filho recriado em Cristo Jesus conforma-se, em decorrência de sua nova natureza, ao seu Criador. O que o Pai deseja, o regenerado expressa, pois são afins.
e)     "Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a mim" (Jo 6.44,45).

f)                 Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá. Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo" (Jo 6.32,33).

g)  "Ele nos deu vida, estando nós mortos em nossos delitos e pecados" (Ef 2.1).
A vida é dom de Deus, e sua gratuidade é absoluta. Recebemo-la sem qualquer merecimento. Baseia-se, não nas virtudes humanas, mas no beneplácito de Deus. O morto não tem vontade e nem volição.
A certeza da salvação não vem da soberania do eu, mas da de Deus em cada redimido pelo testemunho interno do Espírito Santo.

3 - FUNDAMENTOS BÍBLICOS DA CERTEZA DA SALVAÇÃO:  

3.1- Somos do Pai, dados ao Filho:
a) "Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora" (Jo 6.37).
Repita: "O que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora". Jesus Cristo poderia ser mais claro?

b) "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer" (Jo 6.44).
c) "É a vontade de quem me enviou é esta: Que nenhum eu perca de todos os que me deu" (Jo 6.39).
d) "Aquilo que o Pai me deu é maior que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar" (Jo 10.29).
e) "É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus" (Jo 17.9).
f) "Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo" (Jo 17.24).
g) "Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo. Eram teus, tu mos confiaste, e eles têm guardado a tua palavra" (Jo 17.6).

Estamos em Cristo porque somos de Deus; e Deus não nos perde.
3.2 - Somos ovelhas do Pai sob o pastoreio de Cristo:
a)   "O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância. Eu sou o bom Pastor. O bom Pastor dá a vida pelas ovelhas" (Jo 10.10,11).
b)  "Eu sou o Bom Pastor; conheço as minhas ovelhas, elas me conhecem a mim" (Jo 10.14).
c)   "Ele chama pelo nome as suas ovelhas e as conduz para fora" (Jo 10.3). O Supremo Pastor individualiza e pessoaliza cada ovelha, chamando-a pelo nome.
d)  "Depois de fazer sair todas as que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem porque lhe reconhecem a voz" (Jo 10.4).
A relação Pastor-ovelha é íntima, fraternal e profunda. A ovelha que não se sente segura, é porque não confia no Pastor, o único confiável.
3.3 - Somos escolhidos, não escolhedores:
a)   "Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi, e vos designei para que vades e deis frutos" (Jo 15.16).

b)  "Se fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia" (Jo 15.19).

c)   "Sois povo santo do Senhor vosso Deus, e o Senhor vos escolheu de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe serdes seu povo próprio" (Dt 14.2). Vejam ainda: Mt 24.22,31; Rm 8.33; 1 Pe 1.2; 1 Co 1.26; Ef 1.4; Tg 2.5; 1 Pe 2.10.
3.4 - Somos eleitos:
a) "Assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade" (Ef 1.4,5). Guarde a frase: "E em amor nos predestinou para ele".

b)      "Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes a imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou". (Rm 8.29,30).
Guarde bem: Fomos preordenados para sermos "conformes" a imagem de Cristo. E porque somos preordenados, fomos chamados, justificados e glorificados na presente vida e muito mais seremos na vindoura.
c)       "Nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho de sua vontade" (Ef 1.11). Não nos resta dúvida, somos eleitos "conforme o conselho da vontade de Deus".
3.5 - Temos a vida eterna:
a)       "As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, eternamente, e ninguém as arrebatará da minha mão" (Jo 10.27,28). Aqui Cristo declara categoricamente a dádiva da vida eterna e a segurança da salvação: Dou-lhes a vida eterna; jamais perecerão.
b)      "Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna" (At 13.48).
Observe: Os que são "destinados para a vida eterna", crêem em Cristo. A fé salvadora é conseqüência da eleição.
c)       "E o testemunho é este: Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está no seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida" (I Jo 5.11,12).
Pergunte a você mesmo: Vida eterna que se pode perdê-la é eterna? Para ser eterna depende então de mim? Existe vida eterna condicional?
3.6 - Temos certeza da salvação:
a)       "Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em nós há de completá-la até ao dia de Cristo Jesus" (Fp 1.6).
Deus em Cristo começou a obra pela regeneração e consumá-la-á pela ressurreição. Por ele somos o que somos, e seremos o que ele determinou que sejamos.

b)      "Todavia o Senhor é fiel; ele vos confirmará e guardará do maligno" (II Ts 3.3).
Estamos firmes, não por nossa fidelidade, mas pela fidelidade de Cristo.
c)       "Porque sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia" (II Tm 1.12b).
O crente se firma no poder de Cristo, não em seus poderes. Somos dele, e ele nos preserva em nossa peregrinação até o juízo final.

d)Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, 39  nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. (Romanos 8:38-39).

3.7 - Temos o Dom da Fé:
a)   "Aproximemo-nos com sincero coração, em plena certeza da fé, tendo os corações purificados da má consciência, e lavado o corpo com água pura. Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel" (Hb 10.22,23).
b)      " Visto que a justiça de Deus se revela no evangelho de fé em fé, como está escrito: O justo viverá pela fé" (Rm 1.17).
c)  "Logo já não sou quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim" (Gl 2.20).
Porque Cristo vive em nós é que vivemos pela fé. Cristo não perde sua ovelha, logo, ela não perde Cristo.
d)  "De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam" (Hb 11.6).
Busca a Deus, pela fé aquele que, antes, Deus o buscou: "Não escolhestes a mim; eu vos escolhi" (Jo 15.16).
e)   "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8). A fé é um dom de Deus pelo qual recebemos a salvação em Cristo Jesus.
f)     "Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso, pela fé a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na esperança da glória do Filho de Deus" (Rm 5.1,2).
3.8 - Temos o Dom da Esperança:

a)   "Porque na esperança fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera?" (Rm 8.24).
b)  "E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro" (I Jo 3.3.).
c)   "Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé" (Gl 5.5).
d)  "Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vossos corações, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós" (I Pe 3.15), A esperança mantém no nosso ser a firme convicção de que já somos herdeiros do reino porvir, embora ainda na militância terrestre, sem pátria neste mundo.

3.9 - Temos o selo e o penhor do Espírito Santo:

a)   "E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção" (Ef 4.30). Memorize a frase: "Fostes selados para o dia da redenção", isto é, conservados, protegidos, guardados, assinalados.
b)  "Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo, e nos ungiu, é Deus, que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nossos corações" (II Co 1.21,22).
O penhor do Espírito Santo em nós nos garante que somos propriedades de Deus.
c)   "Depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória" (Ef 1. 13,14).
Pode perder-se aquele a quem Deus selou? aquele que tem o penhor do Espírito? Quem não tem o Espírito não é de Deus. (Rm 8.9,11).
3.10 - Somos regenerados:
a)   "E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas passaram; eis que se fizeram novas" (II Co 5.17).
b)  "Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus" (Jo 1.13).
c)   "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para a uma viva esperança mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós" (I Pe 1.3,4).
Guardem bem: Regenerados para uma viva esperança, para uma herança incorruptível reservada nos céus para nós. Há lugar aqui para perda da salvação? Para dúvidas? Pode um regenerado, isto é, nascido de novo segundo Deus, perder-se? O filho espiritual por natureza, não duvida da paternidade divina.
3.11 - Somos habitação do Espírito Santo:
a) "Não sabeis que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?" (I Co 3.16).
b)  "Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vós. E se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele" (Rm 8.9).
c)   "Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos, vivificará também os vossos corpos mortais, por meio do seu Espírito, que em vós habita" (Rm 8.11)
Ora, se você é o templo do Espírito Santo, este mortificará os feitos do seu corpo, guiá-lo-á nas sendas da graça e da fé, testificará com o seu espírito que, de fato, você é filho de Deus (Rm 8.12,16). Tenha sempre em mente a soberania do Espírito. Ele não está sob nosso controle, nós é que somos controlados por ele. Já imaginou um ''templo do Espírito Santo" indo para o inferno? Não, isso não acontecerá. Dentro da Igreja, quem duvida de sua salvação é joio, não tem o testemunho do Espírito: "O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus" (Rm 8.16).
3.12 - Temos a Garantia da Intercessão de Cristo:
a)       "Este, no entanto, porque continua para sempre, tem o seu sacerdócio imutável. Por isso também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles" (Hb 7.25).
b)      "Quem os condenará? É Cristo quem morreu, ou antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós" (Rm 8.34).
Você, crente, está sob os cuidados pastorais de Cristo, que, continuamente, ora intercessoriamente por você, no trono celeste, junto ao Pai. O seu ministério sacerdotal, de caráter eterno, é garantia de nossa redenção.
3.13 - Não somos órfãos:
a)   "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós. Não vos deixarei órfãos voltarei para vós". (Jo 14.16-18).
b)  "E eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos" (Mt 28.20b). A insegurança é para o bastardo, filho sem pai, não para o crente sob a paternidade divina.
3.14 - Nossa vida está oculta em Deus por Cristo:
a)   "Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus" (Cl 3.2,3).
b)  "Eu neles e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade" (Jo 17.23a).
Como pode um eleito inserido em Cristo, estabelecendo ligação com a divindade pelo Filho, perder a salvação?

3.15 - Somos membros do corpo do Cristo, a Igreja invisível:

a)   "Como ramos na Videira" (Jo 15.1-8,16).
b)  "Como pedras no edifício" (I Pe 2.5).
c)   "Como órgãos no organismo'' (I Co 12.12-27).
d)  "Como filhos de Deus" (Rm 8.14-17).
e)   "Como partes da unidade corporativa" (Ef 4.4-6; Cl 1.18; I Co 11.3).
Deus nos colocou nesta relação unitária com Cristo e com os irmãos.

3.16 - Santificação e boas obras, frutos da eleição:

a)                 "Porquanto aos que antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes a imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos" (Rm 8.29). Ser "conforme a imagem" de Cristo, é ter relação perfeita com Deus, é ser santificado.
b)                "Assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade" (Ef 1.4,5).
Retenha bem isto: Fomos escolhidos para sermos santos e irrepreensíveis. Santificação e boas obras são sinais externos da bênção interna da regeneração. Os eleitos regenerados são conhecidos por seus frutos (Mt 7.15-20). Muitos, esquecendo-se de que a eleição induz à conversão, à regeneração e à santificação, milagres realizados por e em Cristo, dizem que a "segurança dos santos" é uma doutrina que leva à apatia espiritual e ao relaxamento moral. Ao contrário. A frieza e o mau testemunho do "suposto crente" são evidências de que não é um escolhido. Respondamos com um texto elucidativo:

"Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu. Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde principio. Para isto se manifestou o filho de Deus, para destruir as obras do diabo. Todo aquele que é nascido de Deus (regenerado) não vive na prática do pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus (regenerado). Nisto são manifestos os filhos de Deus e os do diabo: Todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, também aquele que não ama a seu irmão" (I Jo 3.6-10).

A santificação, portanto, é o sinal visível e externo da eleição.

Dizem também que não tem sentido evangelizar. Também a evangelização é por eleição.
Há um nexo causal entre a graça eficaz e a segurança dos salvos. Não nos sentimos seguros porque confiamos em nós mesmos, mas porque Deus teve misericórdia de nós. Porém, a certeza da salvação não envaidece o eleito, pois o egocentrismo não mais existe no seu coração e na sua mente. A ele Cristo pode dizer: "Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus" (Mt 5.3).
Os textos que falam de afastamento da Igreja e da apostasia não se referem obviamente, aos verdadeiramente regenerados, aos filhos da promessa, aos herdeiros das bem-aventuranças eternas em Cristo Jesus.

4 – CONCLUSÃO

O verdadeiro não deve ter, ELE TEM, certeza de sua salvação. Esta certeza lhe vem da regeneração que, por sua vez, procede da eleição.
A Palavra de Deus nos comunica, e o Espírito Santo por ela nos garante, que somos filhos de Deus, herdeiros da promessa, eleito segundo o beneplácito do Pai, conforme o soberano conselho de sua vontade. A absoluta inabilidade do homem impede-o de qualquer gerência ou agência no âmbito de seu destino espiritual, pois está morto em seus delitos e pecados. Somente o amor de Deus em Cristo pode ressuscitá-lo. E ressuscita.
E a quem devemos tudo isto? - A Jesus Cristo, Senhor nosso, autor e consumador de nossa fé, doador da vida eterna aos eleitos, já na presente existência (Hb 12.22; Jo 10.26-29).
Precisamos manter os nossos olhos fixos no senhor Jesus e através Dele gozar a plena certeza da nossa salvação. Precisamos confiar totalmente nas promessas preciosas da palavra de Deus, na perfeição da obra redentora de Cristo e na confirmação do testemunho do espírito em nosso coração.  
A certeza da vida eterna é obra do Espírito Santo no coração dos salvos em Cristo Jesus; é a conseqüência natural da esperança; é o resultado da fé; é a vitalidade do amor ao Pai, da submissão ao Filho, das consolações do Espírito.




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