Jo 1:35-51.
Introdução
A presente mensagem testemunha os
primeiros contatos feitos por Jesus para a convocação das pessoas ao
discipulado.
Se esta passagem do Evangelho de João
for comparada aos textos paralelos de Marcos,
Lucas e Mateus, podemos estranhar, pois a ordem da chamada não é
coincidente. Na verdade, João focaliza
apenas o primeiro contato de Jesus
com as pessoas com as quais, futuramente, comporia a formação de seu
discipulado efetivo.
1.35. No dia seguinte, João estava outra vez na
companhia de dois de seus
discípulos. Este é o terceiro dos quatro dias sucessivos, discutidos em 1.19-51.
Como já havia acontecido anteriormente, João Batista ocupa um lugar de destaque, próximo ao
Jordão, e está dando seu testemunho a respeito de Jesus. Enquanto no dia anterior
ele tinha se dirigido a uma multidão, nesse
dia ele está em companhia de dois de seus discípulos (André e o próprio apóstolo João).
(36) “E ele olhou para Jesus, que ia passando”. Outra
diferença entre os dois dias é a seguinte: no dia anterior, Jesus estava indo na direção de
João Batista; neste dia, Ele está,
evidentemente, caminhando para
longe dele, em direção ao lugar onde
estava morando nesse tempo. (Ver
vs. 38b e 39).
E também, enquanto no
dia anterior o testemunho de João Batista não tinha trazido nenhuma resposta
ativa da parte dos dois discípulos, neste dia esses dois
homens dão um passo decisivo do qual se lembrarão para o resto da vida.
Ouvimos, uma vez mais, o mesmo testemunho dado no primeiro
dia: E (ele) disse: Eis o Cordeiro de Deus. Entretanto, observe que este testemunho é mais conciso
do que o anterior. Talvez somente a primeira parte da frase encontrada no
versículo 29 fosse necessária para
recordar a sentença toda.
E os dois
discípulos, que o ouviram (seu mestre, João Batista) dizer isso, seguiram
a Jesus.
O evangelho de João tem como propósito
expor a divindade de Jesus. Jesus é
Deus e possui atributos divinos.
Eu preguei nesse texto recentemente
olhando para ele numa perspectiva dos discípulos. Vimos formas de comprometimento para ser um
discípulo de Jesus Cristo.
Quando olhamos para as pessoas, nós não conseguimos enxergar
o que está dentro delas. Nós gostaríamos até de conseguir isso, mas isso não é
possível para nós. Muitos acabam julgando pela aparência, afinidade, atitudes
que a pessoa tem, mas esses julgamentos não são relevantes.
Hoje eu tenho como proposta meditar nesse texto
tirando lições de como Jesus enxergou esses futuros discípulos. Veremos que Jesus,
sendo Deus, olhava para cada um
deles e enxergava muitas coisas que
só Ele poderia ver.
O que então
Jesus observou na vida dos seus futuros discípulos? O texto que lemos aponta Jesus
observando três áreas na vida dos
discípulos.
1º) Jesus observou as suas motivações. (38)
É sempre
um tema interessante e proveitoso tentar decidir qual destas duas posições é
mais perigosa para um homem - declarar
franca e abertamente que não tem qualquer interesse em Cristo e na religião ou
seguir a Cristo motivado por uma razão falsa ou errada.
Eu creio que há uma
distinção muito importante entre os dois se os examinarmos puramente do ponto
de vista humano, pois o problema com o homem que segue a Cristo por uma razão
falsa ou errada é que ele não só esta
iludindo a si mesmo, mas também está enganando a Igreja. Mas quando nos
defrontamos com um quem não crê em Cristo, então sabemos exatamente o que dizer
e o que fazer com ele. Quando um homem se apresenta como uma pessoa religiosa,
a Igreja tende a aceitar suas declarações pensando que seria um insulto
questioná-lo. A Igreja presume que uma vez que ele professa ser religioso, isso
significa que ele é um cristão.
Vemos uma
excessiva prontidão em ligar o fato de alguém ser membro de uma Igreja com
verdadeiro discipulado, presumindo que todos aqueles que se unem à Igreja
realmente estão seguindo a Cristo.
E Jesus, voltando-se e tendo fixado seus olhos neles
enquanto o seguiam, disse-lhes: O que vocês estão procurando? Note:
não a quem (vocês
estão procurando), mas o quê.
Em sua resposta, os
dois discípulos de João Batista usam um termo
respeitoso para se dirigirem a Jesus: "Rabi". Essa palavra significa mestre ou professor."
Assim, os dois discípulos estão perguntando: “Onde
estás morando” . A coisa importante
que temos a observar é que os discípulos desejavam
ter uma oportunidade para
conversarem com Jesus sem que fossem interrompidos. Como isso
era quase impossível quando estavam a céu aberto, eles perguntam onde Jesus estava morando nessa ocasião, claramente dando a entender que desejavam
receber um convite para visitá-lo. O que os motivava a seguir a Jesus era
conhecê-lo melhor, passar um tempo com ele, não somente querer receber bênçãos
Dele.
39.
“E ele lhes disse: Venham e verão”. A
resposta foi melhor do esperavam. Eles
recebem o convite para acompanhar Jesus. “Então eles foram e viram onde Jesus estava morando." Eles foram e viram. Eles procuraram e
encontraram.
Eles não
duvidaram em segui-lo. Não foi mencionado o que eles fizeram na casa de
Cristo; mais adiante, porém, no v.41, podemos deduzir que eles aprenderam
com Ele o que a Lei, os profetas e os Salmos profetizaram a Seu respeito,
visto que André, ao encontrar seu irmão Simão, contou-lhe ter achado o Messias.
Ele compreendeu que Jesus era o prometido, o enviado, o Ungido de Deus. Fato
semelhante ocorreu com Filipe, que informou ao irmão Natanael ter
achado “aquele de quem Moisés escreveu na
lei, e a quem se referiram os profetas, Jesus de Nazaré, filho de José” (v.45).Saíram da casa de Jesus
com novos conhecimentos, nova mentalidade.
E ficaram com ele aquele dia; era mais ou menos a hora décima. O
que é mais importante quanto a isso não é "O que o autor quis dizer por
hora décima?", mas sim "Por que
o autor menciona o detalhe da hora?"
A expressão "hora
décima" pode significar quatro horas da tarde pelo horário judaico,
dez horas da manhã ou dez horas da noite
pelo horário romano. Entretanto,
o contexto torna completamente impossível pensar em dez horas da noite.
Nesse
dia, Jesus mudou completamente a vida dele (João)! A impressão foi tão profunda que ele nunca mais esqueceu a hora exata em
que o convite lhe fora feito e ele tomara a decisão de aceitá-lo.
Seguir a
Cristo não é suficiente; devemos segui-lo com
motivações certas. A passagem intensifica o significado de que ser discípulo de Cristo é, prioritariamente, conhecê-lo, ser seu
companheiro, e ter comunhão com Sua pessoa. Isso é muito mais do
que ir a Igreja, participar das programações que a Igreja faz, acampamentos, programações especiais, tocar ou cantar no louvor.
Seguir a Cristo,
não somente implica em segui-lo aonde vai, mas também demanda ser o que Ele é.
Devemos examinar quais sãos as nossas motivações ao
seguir a Jesus. Será que o que nos motiva é servi-lo, estar em comunhão com
ele, na presença Dele com alegria e prazer?
Porque você segue a Jesus? Você segue por que seus
pais seguem, porque seus amigos seguem, ou porque muitos seguem? Porque quer resolver seus problemas apenas,
quer arrumar uma namoradinha, segue porque já está acostumado a seguir?
João 6:26 “Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade
vos digo: vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos
pães e vos fartastes”.
Ele estava sugerindo que essas pessoas tinham uma
razão puramente mercenária e materialista para segui-lO. Vieram correndo após o
Senhor, e aparentemente O estavam adorando; mas não estavam realmente
interessadas no aspecto espiritual, no divino e no sobrenatural. Por que O seguiram? Porque receberam
dEle aquilo que as atraía — os pães.
Podemos mentir
para as pessoas, mas para Jesus não dá para mentir. É impossível! Ele conhece o
nosso intimo, nossas intenções e sabe porque estamos aqui nessa noite.
O meu desejo é de que nós tenhamos verdadeiras razões
para seguir a Jesus. Ele se alegra de discípulos que o seguem com a motivação certa. Um seguir que envolve
compromisso e amor pelo seu mestre.
O que então Jesus observou na vida dos
seus futuros discípulos?
2º) Jesus observou as suas limitações. (42)
42. Jesus olhou para ele, ou seja, Jesus, observando-o, estudou-o por um momento: literalmente, considerou-o, ou examinou-o.
E ele disse: “Você
é Simão, filho de João. Você será chamado Cefas
(que traduzido quer dizer Pedro”). Jesus,
agindo aqui em seu ofício profético, olha para o futuro e vê nele a enorme transformação que
o impulsivo Simão,
que estava ali diante dele, naquele dia, haveria de sofrer, a ponto de se tornar Cefas (em aramaico) ou
Pedro (em grego), isto é, a
Rocha. Portanto, Jesus aqui prediz o
que a graça divina iria
realizar no coração e na vida desse discípulo.
Receber um novo nome significa
entrar em uma nova relação com Deus.
Era uma promessa de Jesus para Pedro sobre seu
futuro. É só olhar para Pedro depois da ressurreição no livro dos Atos dos
Apóstolos para ver esta verdade.
Ao dar um novo nome a
Simão, Jesus mostrou que estava apontando para uma mudança de caráter dele. Pedro tinha suas limitações de Caráter. Mas, mesmo assim, Jesus transformou Pedro em
uma grande líder da Igreja.
Pedro tinha deixado tudo por Jesus, andado sobre as águas, tinha sido o forte
defensor de Jesus (cortou a orelha), foi o
primeiro a confessar a Sua divindade. Quando vem a pergunta: Amas-me
mais do que estes? Ou do que a Pesca? Você me ama mais do que tudo isso? Aí vem a
nossa mente o texto de:
Mateus 26:33 “Então Pedro disse a Jesus:
—Eu nunca abandonarei o senhor, mesmo que todos o abandonem” Ele se sentia
superior, afirmou ter um amor e lealdade maior do que os outros. A sua auto
satisfação e realização estavam em jogo.
Em João 13:37: “Senhor, por que não posso seguir-te agora? Por ti darei a
própria vida”.
Apesar de Deus conhecer as suas limitações e pecados, ele te chama
para ser discípulo Dele. (Apascenta) (16) Cuide, governe e guie,
alimente, dê de beber, acompanhe,
amizade íntima e proteja.
Jesus conhecia o coração de Pedro, o estado do seu amor, e sua
condição quebrantada, e assim o comissiona: Quem chamaria uma pessoa assim para
ser seu discípulo? Jesus o chamou !
Deus vê em nós o que vamos ser na Sua obra. Não por
méritos próprios, mas porque Ele vai nos usar. Deus chama pessoas limitadas.
Pedro tinha muitas limitações, tinha um caráter reprovável, mas são esses que
Deus chama e que usa.
Talvez você fique pensando: será que Deus me
chamaria para ser Seu discípulo? Eu sou tão limitado, mal!! A Bíblia nos mostra que Deus chama pessoas limitadas e as
transforma para sua Glória e honra! Deus mostra a Sua maravilhosa Graça sobre a
vida de pecadores como Pedro e faz de nós objetos do teu poder!
3º) Jesus observou as suas objeções. (46).
Filipe encontrou Natanael, um homem de Caná da Galiléia. Quando Natanael ouviu que Jesus era o filho de
José, da cidade de Nazaré, exclamou: "De Nazaré pode sair alguma coisa boa?"
A resposta de Natanael mostra estar ele descrente
sobre o Messias ser um nazareno
- não porque Nazaré tivesse má reputação,
que era da cidade vizinha - mas,
talvez, porque nenhuma das três
literaturas judaicas da época citava um profeta nazareno ou
relacionava um nazareno com o Messias. Nazaré não tinha qualquer expressão na
profecia bíblica.
Filipe, por já
acreditar no que afirmava, prontamente desafiou-o: “Vem e vê!”
Apesar de sua descrença, Natanael se surpreendeu ao ser
abordado por Jesus. A forma viva e reveladora, com que o Senhor se
referiu a ele, como um crente, um israelita em cujo coração não há dolo, não há
engano, impactou-o. Era um homem
íntegro, por inteiro. Ouvindo isso, perguntou a Jesus de onde Ele o conhecia : “... eu te vi, quando estavas debaixo da
figueira”, foi a resposta.
À luz de todo o contexto (ver v. 51),
torna-se evidente que, pelo relato de sua conversa com Natanael, Cristo está pensando no
patriarca Jacó.
O primeiro israelita foi Jacó depois que Deus lhe mudou o
nome. Jacó queria dizer usurpador, enganador, mentiroso, falsário. Mas a
diferença do velho Jacó, em Natanael não
há dolo, seu passado está
completamente apagado. Suas raízes foram esquecidas. Sua história começou
de novo. Esta é uma das coisas maravilhosas que o evangelho tem. Não importa
quem foi você, nem como você viveu quando não conhecia a Cristo. Sua vida
começa quando você entrega o coração a Jesus. Você entende? Neste momento, você
pode ter todo seu passado apagado pela graça de Jesus.
Enquanto Natanael desconsidera Jesus, Ele o trata com
elogios!
Natanael descobre, em meio a um grande deslumbramento, que
o olhar penetrante de seu novo Mestre havia entrado até mesmo no santuário de suas devoções interiores, quando se
encontrava debaixo da figueira.
Jesus respondeu e lhe disse: Porque eu disse que o vi debaixo da figueira, você crê. Maiores coisas do que estas
você verá.
Ele era um homem questionador e Jesus usou de suas
duvidas para mostrar quem Ele era.
O chamado de Natanael nos ensina também a grande lição de
que Jesus busca pessoas com dúvidas, interrogações e questionamentos, céticas
quanto a Deus. Portanto se você, neste momento, está ouvindo esse sermão e se
considera cético quanto as coisas de Deus, com dúvidas e mais dúvidas, saiba
que Deus quer te salvar e esclarecer todas elas. Ele te ama e vê em você
qualidades.
Você é uma das pessoas que Jesus está buscando. Por que não abrir o
coração para Ele?
Glória a Deus por esta linda mensagem! Usarei hoje no meu PGM. Ser líder não é fácil e esta mensagem fortalece nosso coração
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