Por Charles Haddon Spurgeon.
No Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres.
“E eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou, removendo a pedra da porta, e sentou-se sobre ela.” (Mateus 28:2)
Quando as santas mulheres de
dirigiam ao sepulcro na penumbra da manhã, desejosas de embalsamar o
corpo de Jesus, recordaram que havia um imensa pedra colocada na
entrada da tumba que lhes impediria entrar, e se perguntavam entre
elas: “Quem nos revolverá a pedra da porta do sepulcro?” (Marcos
16:3) Essa pergunta encerra em si a fúnebre interrogação do universo
inteiro: “Quem nos revolverá a pedra da porta do sepulcro?” Existe uma
imensa rocha colocada na trilha de felicidade do homem que bloqueia o
caminho por completo. Quem, entre os valentes, tirará a barreira? A
filosofia tentou essa tarefa, mas fracassou miseravelmente. A pedra da
dúvida, da incerteza e a incredulidade, detiveram todo o progresso na
subida à imortalidade. Quem poderá alçar essa terrível mola e sacar a
vida e a imortalidade à luz?
Os seres humanos – uma geração
trás outra – enterraram a seus semelhantes; o sepulcro que a tudo
devora tragou a suas miríades de mortos. Quem poderia deter a matança
diária, ou quem poderia dar uma esperança mais além da tumba? Houve um
sussurro sobre a ressurreição, mas os homens não podiam crer nela.
Alguns sonharam em um estado futuro, e falaram dele em misteriosa
poesia, como se só tratasse da imaginação e nada mais. Em escuridão e
penumbra, com muitos temores e escassas conjecturas sobre a verdade, os
homens seguiriam perguntando-se: “Quem nos revolverá a pedra da porta do sepulcro?”
Os seres humanos tinham o
confuso sentimento de que esse mundo não pode ser tudo, que tem que
existir outra vida, que nem todas as criaturas inteligentes vieram para
esse mundo para perecer; se esperava, de qualquer modo, que houvesse
algo do outro lado do rio fatal. Não podia ser que ninguém regressasse
do Averno[1]:
tinha que haver, em verdade, uma via de saída do sepulcro. Por difícil
que fosse a trilha, os homens esperavam que seguramente devera existir
algum retorno da terra da sombra da morte; e a pergunta estava sempre
importunando ao coração, se é que não aos lábios: “Onde está o homem
que vem? Onde está o libertador predestinado? Onde está, e quem é o que nos removerá a pedra?”
As mulheres se enfrentavam com
três dificuldades. A pedra em si mesma era gigantesca; estava selada
com o selo da lei e era custodiada pelos representantes da autoridade.
Diante da humanidade se apresentavam as mesmas três dificuldades. A
morte mesma era uma pedra gigantesca que não podia ser removida por
nenhuma força conhecida para os mortais: a morte era evidentemente
enviada por Deus como um castigo pelas ofensas contra Sua lei.
Portanto, como poderia ser apartada, como poderia ser removida? O selo
vermelho da vingança de Deus estava posto à entrada do sepulcro. Como o
selo poderia ser anulado? Quem poderia rodar a pedra?
Ademais, as forças do demônio e
os poderes do inferno guardavam o sepulcro para impedir qualquer fuga;
quem poderia enfrentar-se com elas e levar as almas dos mortos,
arrancadas como uma presa de entre a boca do leão? Tratava-se de uma
agonizante pergunta: “Quem nos revolverá a pedra da porta do sepulcro?
Viverão esses ossos secos? Nos serão restaurados nossos seres queridos
que partiram? As multidões de nossa raça que desceram ao Hades, poderão
regressar alguma vez da terra da meia noite e confusão?”
Assim que, todo o paganismo
perguntava: “Quem?”, e o eco respondia: “Quem?” Nenhuma resposta foi
dada a sábios nem reis, mas as mulheres que amavam ao Salvador
receberam a resposta. Chegaram ao sepulcro de Cristo, mas esse estava
vazio, pois Jesus havia ressuscitado. Aqui está a resposta à pergunta
do mundo: há outra vida; os corpos viverão outra vez, pois Jesus vive.
Oh Raquel, tu que se lamentas e recusas ser consolada, “Reprime a
tua voz de choro, e as lágrimas de teus olhos; porque há galardão para o
teu trabalho, diz o SENHOR, pois eles voltarão da terra do inimigo.” (Jeremias 31:16).
Não se afligem mais os que estão
de luto em torno do sepulcro, como os que estão sem esperança; pois
como Jesus Cristo ressuscitou, os mortos em Cristo ressuscitarão
também. Enxuguem essas lágrimas, pois a tumba do crente já não é mais
um lugar para lamentações, mas sim a passagem à imortalidade; não é
mais que um armário no que o espírito pendurará suas roupas, cansado
depois de sua viagem terrena, para vesti-las de novo em uma manhã mais
resplandecente, quando serão brancas e formosas como nenhum lavador
teria podido branquear.
Essa manhã, tenho o propósito de
falar um pouco em relação à ressurreição de nosso exaltado Senhor
Jesus; e para que o tema seja de maior interesse para vocês, antes que
nada irei pedir a essa pedra que foi removida, que pregue a vocês; e logo, lhes convidarei a que ouçam a homilia do anjo pronunciada desde seu púlpito de pedra.
I. Primeiro, DEIXEMOS
QUE A PEDRA PREGUE. Não é algo incomum na Escritura pedras que receberam
a ordem de falar. Imensas pedras foram removidas como testemunhas
contra o povo; as pedras e as vigas que sobressaem de uma parede foram
chamadas a testificar contra o pecado. Chamarei a essa pedra como
testemunho em favor das valiosas verdades das que era um símbolo. A
corrente de nosso pensamento se divide em seis torrentes.
1. Primeiro, a pedra rodada deve ser considerada, de maneira muito evidente, como a porta do sepulcro retirada.
A morada da morte estava firmemente assegurada por uma gigantesca
pedra; o anjo a retirou, e o Cristo vivente saiu. A imensa porta, vocês
observarão, foi removida do sepulcro. Não foi meramente aberta, mas
desencaixada, arrastada a um lado, removida, e a partir de então, a
antiga prisão da morte ficou desprovida de uma porta. Os santos entram,
mas não ficam presos. Ficam ali como em uma caverna aberta, porem não
há nada que lhes impeça sair dela a seu devido tempo.
Como Sansão, quando dormiu em
Gaza e foi rodeado pelos inimigos, se levantou de manhã e carregou
sobre seus ombros as portas de Gaza – pilares, ferrolhos e tudo – e
levou tudo, e deixou aberta e exposta a praça forte dos filisteus,
assim nosso Senhor fez com o sepulcro, pois, tendo dormido nele três
dias com suas noites, conforme o decreto divino, ressuscitou na
grandeza de Seu poder, e arrancou as portas de ferro do sepulcro,
arrancando cada uma de suas vigas de seu lugar.
A remoção da pedra opressora era
o tipo externo que sinalava que o Senhor havia arrancado as portas do
sepulcro: pilares, ferrolhos e todo; e que havia exposto essa velha
fortaleza da morte e do inferno, deixando-a como uma cidade tomada por
assalto e, a partir desse momento, desprovida de poder.
Lembrem que nosso Senhor foi depositado no sepulcro como um refém. “morreu por nossos pecados.”
Lhe foram imputados como uma dívida. Ele saldou no madeiro a dívida
que tínhamos pendente para com Deus; sofreu até o limite e de maneira
substitutiva o que correspondia a nosso sofrimento, e logo foi confinado
na tumba, como um refém, até que Sua obra fosse plenamente aceita.
Essa aceitação seria notificada a Sua saída do vil cativeiro; e essa
saída se converteria em nossa justificação: “Foi ressuscitado para nossa justificação.”
Se Ele não tivesse pagado a totalidade da dívida, teria tido que
permanecer no sepulcro. Se Jesus não tivesse feito uma expiação eficaz,
total e final, teria tido que continuar sendo um cativo. Porem, tinha
feito tudo. O “Está consumado,” que brotou de Seus próprios lábios, foi estabelecido pelo veredito do SENHOR e Jesus saiu livre.
Observem-No quando ressuscita:
não escapa da prisão como um criminoso que escapa da justiça; mas sim
sai com tranquilidade como alguém que cumpriu sua sentença em prisão;
ressuscitou, é verdade, por Seu próprio poder, mas não deixou a tumba
sem uma permissão sagrada: o oficial celeste da corte do céu é delegado
para abrir-lhe a porta, removendo a pedra, e Jesus Cristo,
completamente justificado, ressuscita, para demonstrar que todo Seu
povo é completamente justificado Nele, e a obra de salvação é perfeita
para sempre. A pedra é removida da porta do sepulcro, como para mostrar
que Jesus fez tão eficazmente a obra, que nada pode nos reter no
sepulcro outra vez. O sepulcro mudou seu caráter; foi completamente
aniquilado, e eliminado como cárcere, de tal forma que a morte, para os
santos, já não é mais um castigo pelo pecado, mas sim uma entrada para
o descanso.
Vamos, irmãos, nos alegremos por
isso. Na tumba vazia de Cristo vemos que o pecado foi removido para
sempre: vemos, portanto, que a morte foi destruída eficientemente.
Nossos pecados eram a grande pedra que fechava a boca do sepulcro, e
nos retinham cativos na morte, na escuridão e na desesperação. Nossos
pecados são agora tirados para sempre, e a morte já não é mais um
lúgubre e funesto calabouço, a ante-sala do inferno, mas sim é agora uma
perfumada alcova, um gabinete, o vestíbulo do céu. Pois, tão
certamente como Jesus ressuscitou, Seu povo tem que abandonar os
mortos; não existe nada que impeça a ressurreição dos santos. A pedra
que podia nos reter em prisão foi removida. Quem poderia prender-nos
quando a própria porta desapareceu? Quem poderia nos confinar quando
toda a barricada foi suprimida? –
“Quem reconstruirá a prisão do tirano?
O cetro que caiu de suas mãos está quebrado;
A pedra foi removida, o Senhor ressuscitou;
Os indefesos logo serão libertados de suas ataduras.”
2. Em segundo lugar, considerem a pedra como um troféu erigido.
Como
os homens de tempos antigos erigiam pedras memoriais, e como erigimos
colunas nesses dias para comemorar grandes proezas, assim essa pedra
foi removida, por assim dizer, diante dos olhos de nossa fé, e foi
consagrada naquele dia como um memorial da vitória eterna de Cristo
sobre os poderes da morte e do inferno. Pensarão que lhe haviam
vencido; consideraram que o Crucificado estava derrotado. Sorriam
espantosamente, em verdade, quando viram Seu corpo inerte envolto em um
lençol e depositado em um sepulcro novo de José; porem, sua alegria
foi passageira; suas jactâncias não foram senão breves, pois no momento
designado, Aquele, que não devia ver a corrupção, ressuscitou e saiu
do domínio da morte. Seu calcanhar foi ferido pela antiga serpente,
porem na manhã da ressurreição, Ele esmagou a cabaça do dragão –
“Vãs as pedras, a vigilância, o selo,
Cristo destroçou as portas do inferno;
A morte em vão impede Sua ressurreição
Cristo abriu o Paraíso
Nosso Glorioso Rei vive de novo!
Onde está, oh morte, teu aguilhão?
Ele morreu uma vez para salvar nossas almas;
Onde, ó tumba jactanciosa, tua vitória?”
Amados irmãos em Cristo, ao
olhar aquela pedra, com o anjo sentado sobre ela, se levanta diante de
nós como um monumento à vitória de Cristo sobre a morte e o inferno, e é
conveniente que recordemos que Sua vitória foi obtida em nosso favor, e
seus frutos são todos nossos. Nós temos que combater com o pecado, mas
Cristo o venceu. Nós somos tentados por Satanás: Cristo propiciou a
derrota de Satanás. Pronto deixaremos esse corpo; a menos que o Senhor
venha muito logo, podemos esperar que haveremos de encolhe nossos pés
na cama como nossos pais, e irmos nos encontrar com nosso Deus; porem, a
morte é vencida em nosso nome por Cristo, e não temos nenhuma razão
para ter medo.
Ânimo, soldados cristãos, vocês
estão enfrentando um inimigo vencido; relembrem que a vitória do Senhor
é uma garantia para vocês. Se a Cabeça vence, os membros não serão
derrotados. Não permitam que a aflição ofusque seus olhos; não deixem
que os temores perturbem seus espíritos; precisam vencer, pois Cristo
venceu. Coloquem todos seus poderes para o conflito, e revigorem-se com
a esperança da vitória. Se houvessem visto a seu Senhor derrotado,
então poderiam esperar que vocês mesmos fossem soprados como palha no
vento; porem, Ele lhes proporciona o poder com o que venceu. O Espírito
Santo está em vocês; o próprio Jesus prometeu estar sempre com vocês,
até o fim do mundo, e o Deus poderoso é seu refúgio. Vocês vencerão
certamente por meio do sangue do Cordeiro. Coloquem essa pedra diante
do olho de sua fé essa manhã, e digam: “Aqui meu Senhor venceu ao
inferno e à morte, e em Seu nome e por Sua força, eu serei coroado
também, quando o ultimo inimigo seja destruído.”
3. Para um terceiro uso dessa pedra, observem que aqui existe posto um cimento.
Essa pedra removida do sepulcro, que tipifica e certifica a
ressurreição de Jesus Cristo, é a pedra do cimento da fé cristã. O fato
da ressurreição é a pedra do cimento do cristianismo. Se desmentirmos a
ressurreição de nosso Senhor, nossa santa fé se converte em uma mera
fábula; não existe nada no que a fé possa se apoiar, se Aquele que
morreu no madeiro não ressuscitou também da tumba; então, “vossa fé é vã”: o apóstolo disse: “ainda estais em vossos pecados” então “também os que dormiram em Cristo pereceram.” Todas
as grandiosas doutrinas de nossa divina revelação se desmoronam como
as pedras de um arco quando se tira a pedra fundamental, e são
derrotadas em uma comum ruína, pois toda nossa esperança gira sobre
esse grandioso ato. Se Jesus ressuscitou, então esse Evangelho é o que
professa ser; se não ressuscitou dos mortos, então tudo é engano e
falácia.
Porem, irmãos, a ressurreição de
Jesus dos mortos é um fato melhor estabelecido que qualquer outro fato
da história. Abundaram as testemunhas: os havia de todas as classes e
condições. Nenhuma delas jamais confessou que estava enganada ou
equivocada. Estavam tão persuadidas desse fato, que a maioria delas
sofreu a morte por testemunhá-lo. Não tinham nada que ganhar por dar
esse testemunho; não ganharam maior poder, nem honra, ou riquezas; eram
homens verazes e de mente simples, que testificavam do que tinham
visto, e davam testemunho do que haviam contemplado.
A ressurreição é um feito melhor
atestado que qualquer outro evento registrado na história, antiga ou
moderna. Aqui está a confiança dos santos: nosso Senhor Jesus Cristo,
que deu testemunho da boa profissão diante de Pôncio Pilatos, foi
crucificado, morto e sepultado, ressuscitou outra vez dos mortos, e
depois de quarenta dias ascendeu ao trono de Deus. Nós confiamos Nele;
cremos Nele. Se não houvesse ressuscitado, seriamos os mais dignos de
comiseração de todos os homens por termos sido Seus seguidores. Se não
houvesse ressuscitado, Seu sangue não haveria resultado ser eficaz para
nós para tirar o pecado; porem como Ele ressuscitou, edificamos sobre
essa verdade; toda nossa confiança se apóia nisso, e estamos persuadidos
que –
“Ressuscitado dentre os mortos, Ele vai adiante;
Ele abre a porta eterna do céu;
Para dar a Seus santos uma mansão bem aventurada
Próxima de seu Redentor e seu Deus.”
Meus queridos ouvintes, estão
baseando suas esperanças eternas na ressurreição de Jesus Cristo dos
mortos? Confiam Nele, crendo que morreu e ressuscitou outra vez por
vocês? Colocam toda sua dependência sobre o mérito de Seu sangue,
certificado pelo fato de Sua ressurreição: Se é assim, possuem um
fundamento de fato e de verdade, um fundamento contra o qual as portas
do inferno não prevalecerão; porem, se vocês estão edificando sobre
qualquer coisa que tivessem feito, ou sobre qualquer coisas que as mãos
sacerdotais poderia fazer por vocês, estariam construindo sobre as
areias que serão levadas pela corrente que tudo o devora e, tanto vocês
como suas esperanças, descenderão ao poço do abismo, envoltos nas
trevas do desespero. Oh, edifiquem sobre a pedra viva de Cristo Jesus!
Oh, confiem Nele, que é a principal pedra de esquina, escolhida,
preciosa! Isso é edificar de maneira segura, eterna e bem-aventurada.
4. Uma quarta voz da pedra é essa: aqui existe provisão de descanso.
O anjo parece que nos ensina isso quando se sentou sobre a pedra. Quão
sossegadamente foi efetuada toda a ressurreição! Quão silenciosamente,
também! Que ausência de pompa e de ostentação! O anjo descendeu e
tirou a pedra, Cristo ressuscitou, e então o anjo se sentou sobre a
pedra. Sentou-se ali silenciosa e airosamente, com ar de desafio aos
judeus e ao selo que tinham posto, e aos legionários romanos e suas
lanças, à morte, à terra e ao inferno. Foi como se dissera: “Venham, e
voltem a colocar essa pedra, inimigos do Ressuscitado. Todos vocês,
poderes infernais, que pretenderam prevalecer contra nosso Príncipe
eterno, coloquem outra vez essa pedra, se atreveram ou se podem!” O
anjo não disse isso com palavras, porem sua posição, sentado majestosa e
tranquilamente sobre a pedra, queria dizer tudo isso e mais. A obra do
Senhor está consumada, e consumada para sempre, e essa pedra, que não
havia de ser usada mais, está porta desencaixada, que não haveria de
ser empregada mais para tapar o ossário, é a figura do “está consumado”,
consumado de tal maneira que não pode se reverter, consumado para
durar eternamente. Aquele anjo que descansa sobre a pedra nos sussurra
suavemente: “Venham aqui, e descansem também.” Não há descanso mais
pleno, certo e seguro para a alma, que no fato de que o Salvador, em
quem confiamos, ressuscitou dos mortos.
Vocês hoje guardam luto por
amigos que partiram? Oh, vem e sente-se sobre essa pedra, que lhe diz
que eles ressuscitarão outra vez. Esperam morrer logo? O verme está na
raiz do arbusto? Tem o vermelho da tuberculose em suas faces? Oh, vem e
sente-se sobre essa pedra, e considera que a morte perdeu agora seu
terror, pois Jesus ressuscitou do sepulcro.
Venham vocês também, vocês,
pessoas frágeis e trêmulas, e desafiem à morte e o inferno. O anjo
deixará livre seu assento para que se sentem diante do olhar do
inimigo. Ainda que seja só uma humilde mulher, ou um homem quebrantado,
pálido e abatido, oprimido pelos largos anos de persistente
enfermidade, você bem pode desafiar todas as hostes do inferno,
enquanto descansa sobre essa preciosa verdade: “Não está aqui, mas sim ressuscitou: deixou os mortos, para não morrer mais.”
Enquanto refletia sobre essa
passagem de meu discurso, me lembrei daquele tempo quando Jacó se
dirigia a casa de Labão. Diz-se que chegou a um lugar onde havia um
poço, e uma grande pedra estava posta sobre o abertura, e os rebanhos e
os gados eram reunidos em torno a ele, mas não tinham água até que
alguém chegasse e removia a grande pedra da boca do poço, e então davam
água ao gado.
De igual maneira, o
sepulcro de Jesus é como um grande poço que mana com o refrigério mais
puro e divino, mas enquanto essa pedra não fora rodada, ninguém
pertencente aos rebanhos redimidos com sangue podia tomar águas ali;
mas agora, cada dia de domingo, o primeiro da semana, nos reunimos em
torno do sepulcro aberto de nosso Senhor, e extraímos águas vivas desse
poço sagrado. Oh, vocês, abatidas ovelhas do rebanho, oh, vocês, que
estão desfalecidas e a ponto de morrer, venham aqui; aqui existe um
doce refrigério; Jesus Cristo ressuscitou: que seus consolos se vejam
multiplicados –
“Cada nota ressoa com poderes:
O pecado é vencido, cativo é o inferno;
Onde está o que foi o rei temido do inferno?
Onde está, oh morte, teu aguilhão mortal?
Aleluia”
5. Em quinto lugar, a pedra é um limite estabelecido.
Não o vêem? Contemple-o então, ali está, e o anjo está sobre ele. O
que vêem daquele lado? Os guardas estão aterrorizados, rígidos de medo,
e estão como mortos. Desse lado, o que vêem? As tímidas e trêmulas
mulheres, as quais o anjo fala com doçura: “Vós não temais; porque eu sei que buscam a Jesus.”
Podem ver, então, que essa pedra
se converteu na fronteira entre os vivos e os mortos, entre os
buscadores e os aborrecedores, entre os amigos e os inimigos de Cristo.
Para Seus inimigos, Sua ressurreição é “Pedra de tropeço, e rocha que faz cair”: como outrora, na Colina de Marte[2],
quando os sábios escutaram sobre a ressurreição, zombaram. Porem para
Seu próprio povo, a ressurreição é a pedra angular. A ressurreição de
nosso Senhor é nosso triunfo e deleite. A ressurreição atua de maneira
muito parecida com a coluna de fogo que o SENHOR colocou entre Israel e
Egito: era trevas para Egito, mas dava luz a Israel. Tudo estava escuro
em meio das hostes do Egito, mas tudo era brilho e consolo entre as
tribos de Israel.
Assim, a ressurreição é uma
doutrina cheia de horror para os que não conhecem a Cristo, e não
confiam Nele. Quem eles têm que ganhar com a ressurreição? Felizes eram
os que podiam dormir na aniquilação eterna. Que ganharam com a
ressurreição de Cristo? Virá Aquele que depreciaram? Vive Aquele a quem
odiaram e aborreceram? Ordenará-lhes que se levantem e terão que se
encontrar com Ele como um Juiz sentado no trono? O simples pensamento
disso basta para ferir os lombos dos reis hoje; mas, quão será o caso
quando o som da trombeta sobressalte e levante de seus leitos do pó a
todos os filhos de Adão! Oh, os horrores dessa tremenda manhã, quando
cada pecador se levante, e o Salvador ressuscitado venha nas nuvens do
céu, e todos os santos anjos com Ele! Em verdade, não há senão
consternação para os que estão do lado do mal dessa pedra da
ressurreição. Porem, quão grande é o gozo que a ressurreição traz aos
que estão no lado do bem dessa pedra! Como esperam Sua aparição com um
êxtase crescente a cada dia! Como edificam sobre a doce verdade de que
ressuscitarão e verão com esses olhos a seu Salvador!
Eu queria que se perguntassem,
essa manhã, de que lado estão dessa pedra fronteiriça agora. Possuem
vida em Cristo? Ressuscitam com Cristo? Confiam unicamente Naquele que
ressuscitou dos mortos? Se for assim, não tenham temor: o anjo lhes
consola, e Jesus lhes dá ânimos; porem, oh, se não possuem vida em
Cristo, se estão mortos enquanto vivem, o mesmo pensamento de que Jesus
ressuscitou há de sobrecarregá-los de medo, e fará vocês tremerem, pois
bem haveriam em tremer diante daquilo que lhes espera.
6. Em sexto lugar, eu concebo que essa pedra pode ser usada, e muito adequadamente, como prefiguração de ruína.
Nosso Senhor veio a esse mundo para destruir todas as obras do
demônio. Contemplem diante de vocês as obras do demônio, elaboradas
como um cruel e horrível castelo sólido e terrível, coberto de musgo
dos séculos, colossal, estupendo, cimentado com o sangue de homens,
amuralhado com a maldade e a astúcia, rodeado de profundos fossos, e
guarnecido com demônios. Uma estrutura o suficientemente terrível para
causar desesperação aos que a rodeiam para contar suas torres e observar
seus baluartes. No cumprimento do tempo, nosso Paladino veio ao mundo
para destruir as obras do demônio. Durante Sua vida soou o alarme no
grande castelo, e tirou uma pedra daqui e outra dali, pois os enfermos
foram sarados, os mortos foram ressuscitados, e o Evangelho foi pregado
aos pobres.
Porem, na manhã da ressurreição,
a gigantesca fortaleza tremeu de cima abaixo; enormes rachaduras
sulcavam suas paredes; e todos seus baluartes trambaleavam. Alguém mais
forte que o Senhor dessa cidadela havia entrado evidentemente, e
estava começando a destruir, e destruir, e destruir, desde o pináculo
até os sótãos. Uma pedra gigantesca da que o prédio dependia
substancialmente, uma pedra angular que tecia toda a estrutura, foi
alçada corporalmente de seu leito e lançada em terra. Jesus arrancou a
gigantesca pedra de granito da morte de sua posição, e assim deu um
sinal seguro de que todas as demais incorreriam na mesma sorte. Quando
essa pedra foi removida do sepulcro de Jesus, foi uma profecia de que
cada pedra do edifício de Satanás viria ao chão, e nem uma só de todas
as pedras que os poderes das trevas haviam empilhado descansaria sobre
outra pedra, desde os dias de sua primeira apostasia até o fim.
Irmãos, essa pedra removida da
porta do sepulcro me dá uma gloriosa esperança. O mal é ainda poderoso,
mas o mal será demolido. A perversidade espiritual reina nos lugares
altos; a multidão clama ainda atrás do mal; as nações estão imersas
ainda em densa escuridão; muitos adoram a mulher de Babilônia vestida
de escarlate, outros se inclinam diante da meia lua de Maomé, e milhões
se prostram diante de blocos de madeira e pedra; os lugares escuros e
as habitações da terra estão ainda cheios de crueldade; porem, Cristo
provocou tal abalo ao conjunto inteiro do mal que, podem estar seguros
disso, cada pedra cairá com certeza. Só temos que continuar trabalhando,
usando o aríete do Evangelho, guardando cada um de nossos seu lugar, e
como os exércitos ao redor de Jericó, temos que soar ainda a trombeta,
e virá o dia em que todo mal, toda superstição colossal, serão
abatidos e nivelados ao solo, e se cumprirá a profecia: “Ao revés,
ao revés, ao revés porei aquela coroa, e ela não mais será, até que
venha aquele a quem pertence de direito; a ele a darei (Ezequiel
21:27)” Essa pedra separada sobre a que se senta o anjo, é o
prognóstico seguro da condenação vindoura de tudo que é vil e ruim.
Alegrem-se vocês, filhos de Deus, pois a queda da Babilônia se
aproxima. Cantem, oh céus, e alegra-se, o terra, pois nenhum mal será
passado por alto. Em verdade lhes digo que não ficará pedra sobre
pedra, que não seja derribada.
Assim a pedra pregou para nós. Faremos uma momentânea pausa e ouviremos o que o anjo tem a nos dizer.
II. O ANJO PREGOU de duas maneiras: pregou em símbolos, e pregou em palavras.
Pregar em símbolos
é muito popular em certos grupos em nossos dias. O evangelho deve ser
visto pelo olho, e as pessoas devem aprender em diversas estações por
meio da mudança de cores, tal como o azul, e o verde, o violeta,
mostrados nas vestimentas dos sacerdotes e sobre o altar, e por meio de
cintos e candelabros, por pendões, por jarras, e conchas cheias de
água; as pessoas devem ser, inclusive, ensinadas e guiadas pelo nariz,
pelo que é regalada com fumaça e incenso; e é atraída por meio dos
ouvidos, já que devem escutar as odiosas entoações dos refinados
cânticos.
Agora, observem que o anjo era
um pregador simbólico, com seu semblante de relâmpago e suas vestes de
neve; porem, por favor, notem para quem estavam reservados os símbolos.
Ele não disse nem uma só palavra aos guardas: nem uma palavra. Ele
lhes deu um evangelho simbólico, quer dizer, os olhou, e seu olhar era
um raio; ele se revelou a eles em suas roupas brancas como a neve, e
nada mais. Observem como estremeciam e tremiam! Esse é o evangelho de
símbolos; e onde quer que chega, condena. Não pode fazer outra coisa.
Vamos, a antiga lei mosaica de símbolos, onde terminou? Quão poucos
alcançaram jamais sua significação íntima! A grande massa de Israel caiu
na idolatria, e o sistema simbólico se voltou algo morto para eles.
Vocês que se deleitam em
símbolos, vocês que pensam que é cristão converte a todo o ano em um
tipo de farsa prática sobre a vida de Cristo, vocês que pensam que todo
o cristianismo há de ser ensinado mediante dramas, como aqueles que os
homens atuam nos teatros e nos espetáculos de marionetes, sigam seu
caminho, pois não encontrarão nenhum céu nesse caminho, nenhum Cristo,
nenhuma vida. Encontrar-se-ão com os sacerdotes, e os formalistas, e os
hipócritas, e nos densos bosques e entre as negras montanhas da
destruição, tropeçarão até sua completa ruína.
A mensagem evangélica é “Ouvi e viverás”; “Inclina teus ouvidos, e vem e Mim.” Essa é a mensagem doadora de vida: “Crê no Senhor Jesus Cristo,
e serás salvo”. Porem, oh geração perversa, se buscam símbolos e
sinais, serão enganados com o evangelho do demônio, e cairão presas do
destruidor.
Agora escutemos o sermão do anjo em palavras.
Unicamente assim o verdadeiro Evangelho é pregado. Cristo é a Palavra,
e o Evangelho é um evangelho de palavras e pensamentos. Não se dirige
ao olho; se dirige ao ouvido, ao intelecto e ao coração. É algo
espiritual, e só pode ser captado por aqueles cujos espíritos são
despertados para compreenderem uma verdade espiritual.
O primeiro que o anjo disse foi: “Não vos assusteis”
Oh, esse é o próprio espírito do Evangelho de nosso Senhor
ressuscitado: “Não temais.” Vocês, que querem ser salvos, vocês, que
querem seguir a Cristo, não devem temer. Tremeu a terra? Vocês, não
tremam: Deus pode preservá-los ainda que a terra arda com fogo. O anjo
desceu em terrores? Não temais: não há terrores no céu para o filho de
Deus que se aproxima à cruz de Jesus, e confia sua alma Àquele que ali
sangrou.
Temerosas mulheres, acaso a
escuridão é o que as alarma? Não temais: Deus enxerga no escuro e as
ama lá, e não existe nada na escuridão ou na luz que esteja mais além
de Seu controle. Têm medo de ir a uma tumba? O sepulcro as alarma? Não
temais: vocês não podem morrer. Posto que Cristo ressuscitou, ainda que
houvessem estado mortas, viverão. Oh, o consolo do Evangelho!
Permitam-me dizer-lhes que não há nada na Bíblia que um homem que
coloca sua confiança em Jesus temer. Eu disse que não existe nada na
Bíblia? Digo que não existe nada no céu, nada na terra, e nada no
inferno, que conduza a fazer temer aos que confiam em Jesus. “Não vos assusteis”.
Não devem temer o passado, pois lhes é perdoado; não temerão o
presente, pois está devidamente providenciado; o futuro também está
assegurado pelo poder vivente de Jesus. “Porque que vivo” –Ele diz –
“vós também vivereis.” Temer! Vamos, isso teria sido apropriado quando
Cristo estava morto, mas agora que vive, não resta espaço para isso.
Temes a seus pecados? Todos seus pecados foram apagados, pois Cristo
não teria ressuscitado se não o tivesse quitado todos. Qual é seu medo?
Se o anjo o ordena: “Não se assuste” porque haveria de temer? Se cada
ferida do Salvador ressuscitado, e cada ato de seu Senhor reinante o
consolam, por que desfalece ainda? Duvidar, temer e tremer agora que
Jesus ressuscitou, é algo inconsistente em qualquer crente. Jesus pode
socorrer-lhe em todas suas tentações; vendo que Ele vive para sempre
para intercedem por você, Ele pode também salvar-lhe perpetuamente:
portanto, não se assuste.
Notem as palavras que seguem: “Não tenham medo, pois eu sei que .. (Mateus 28:5)
Que? Um anjo conhece os corações das mulheres? O anjo conhecia quais
eram as preocupações de Madalena? Por acaso os espíritos lêem nossos
espíritos? Está bem. Porem, oh, é melhor lembrar que nosso Pai celestial
conhece nosso coração. Não temam, pois Deus sabe o que há em seu
coração. Nunca confessou sua ansiedade sobre sua alma, pois é muito
tímido para isso; nem sequer chegou tão longe para atrever-se a dizer
que espera amar a Jesus; porem, Deus conhece seus desejos.
Pobre coração, você sente como
se não pudesse confiar, como se não pudesse fazer nada que seja bom;
porem, ao menos o deseja, ao menos o busca. Tudo isso Deus o sabe; com
prazer espia seus desejos. Por acaso isso não lhe consola: esse fato
grandioso do conhecimento de Deus? Eu não poderia ler o que existe em
seu espírito e, talvez, nem você mesmo poderia dizer-me o que existe
ai. Se fosse tentado, dir-se-ia depois de tê-lo feito: “bem, não lhe
disse exatamente o que sentia, perdi o consolo que pude ter recebido,
pois não pude explicar meu caso.”
Porem, existe Alguém que trata
contigo, e sabe exatamente onde radica sua dificuldade, e qual é a
causa de sua presente aflição. “Não tenha medo”, pois seu Pai celestial
conhece sua dificuldade. Fique tranquilo, pobre paciente, pois o
cirurgião sabe onde está a ferida, e o que o está afetando. Silêncio,
meu filho, fique quieto apoiado sobre o peito do grandioso Pai, pois
Ele sabe tudo; e, acaso isso não deveria lhe contentar, já que Seu
cuidado é tão infinito como Seus conhecimentos?
Logo, o anjo seguiu dizendo: “Não tenham medo, pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado;”
Existia espaço aqui para o consolo. Estavam buscando a Jesus, ainda
que o mundo havia lhe crucificado. Ainda que muitos tivessem lhe
deixado de lado e o abandonado, as mulheres estavam se apegando a Ele
com amorosa lealdade.
Agora, queria saber se existe
alguém aqui que poderia dizer: “ainda que sou indigno de ser um
seguidor de Cristo, com frequência penso que Ele me rejeitaria, existe
algo do que estou certo: não teria medo do temor do homem por Sua
causa. Meus pecados me fazem temer, porem nenhum homem poderia me fazer
temer. Eu estaria a Seu lado ainda que todo o mundo estivesse contra
Dele. Consideraria minha maior honra que o Crucificado pelo mundo fosse
o Adorado de meu coração. Não importa que todo o mundo o lance fora,
se Ele me recebera, ainda que sou um pobre verme indigno, jamais
estaria envergonhado de reconhecer Seu nome bendito e cheio de graça.”
Ah, então, não tenha medo, pois se é assim como sente a respeito de
Cristo, Ele te reconhecerá no ultimo grande dia. Se está disposto a
reconhecê-lo agora, “não tenha medo”.
Eu
estou seguro de que às vezes sinto, quando olho a meu próprio coração,
como se não tivesse parte nem porção no assunto, e como se não pudera
reclamar interesse algum no Amado, em absoluto; porem, então, sei
efetivamente isso: que não me envergonho de ser exposto a vergonha por
Ele; e se fosse acusado de ser um fanático e um entusiasta de Sua
causa, consideraria a mais elevada honra reconhecer-me culpado de uma
imputação tão bem aventurada por Sua amada causa. Se esse fora, em
verdade, a linguagem de nossos corações, podemos recobrar ânimo. “Não tenham medo, pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado”
Logo acrescenta: “Ele não está aqui, porque já ressuscitou”
(Mateus 28:6). Essa é a instrução que o anjo dá. Depois de dar
consolo, dá a instrução. A firme base e a razão de consolação que lhe
proporciona, buscador, é que não buscas a um Cristo morto, e não pedes a
um Salvador enterrado; Ele está realmente vivo. Ele é tão capaz de lhe
aliviar hoje, se vai a seu aposento e o pedes em oração, como o era
para ajudar ao pobre cego quando Ele estava na terra. Ele está tão
disposto hoje a aceitar-lhe e receber-lhe, como o estava para abençoar o
leproso, ou sara o paralítico. Acuda a Ele de imediato, pobre
buscador; acusa a Ele com santa confiança, pois Ele não está aqui;
estaria morto se estivesse: Ele ressuscitou, e vive e reina para
responder sua petição.
O anjo pediu as santas mulheres
que revisaram a tumba vazia, porem, quase imediatamente depois, lhes
deu uma comissão para que a cumprissem em nome do Senhor. Agora, se
algum buscador foi consolado pelo pensamento de que Cristo vive para
salvar, que faça como o anjo disse, que vá e conte a outros as boas
novas que você escutou. Esse é o grandioso meio de propagar nossa santa
fé: que todos aqueles que se inteiraram dela, a ensinem. Nós não temos
alguns ministros que foram apartados, para os quais está reservado o
único direito de ensinar na igreja cristã; nós não cremos em um clero e
um laicato.
Crentes, todos vocês são clero
de Deus: todos vocês. Todos os que crêem em Cristo são o clero de Deus,
e estão obrigados a servir-lhe de acordo com suas habilidades. No
corpo existem muitos membros, porem cada membro tem seu oficio; e não
existe nenhum membro no corpo de Cristo que deve de estar ocioso,
porque, em verdade, não pode fazer o que a Cabeça pode fazer. O pé tem
seu lugar, e a mão tem seu dever, assim como também a língua e o olho.
Oh, vocês, que se inteiraram sobre Jesus, não guardem o bendito segredo
para vocês mesmos. Hoje, de uma maneira ou outra, lhes rogo que dêem a
conhecer que Jesus ressuscitou. Passem o slogan a seu redor, como os
antigos cristãos faziam. No primeiro dia da semana diziam uns aos
outros: “O Senhor há ressuscitado verdadeiramente.” Se alguém
lhes perguntasse o que queriam dizer com isso, seriam então capazes de
dizer-lhes todo o Evangelho, pois essa é a essência do Evangelho, que
Jesus Cristo morreu por nossos pecados, e ressuscitou outra vez no
terceiro dia, de acordo as Escrituras; morreu como substituto nosso,
criminosos, e ressuscitou como representante nosso, pecadores
perdoados; morreu para que nossos pecados pudessem morrer, e vive de
novo para que nossas almas possam viver. Invitem diligentemente a
outros a virem a Jesus e a confiar Nele. Digam-lhes que há vida para os
mortos em um olhar a Jesus crucificado; digam-lhes que esse olhar é um
assunto da alma, é uma confiança simples; digam-lhes que ninguém jamais
confiou em Cristo porem foi rejeitado; digam-lhes o que sentiram como
resultado de sua confiança em Jesus, e que sabemos, muitos discípulos
poderiam ser agregados a Sua igreja, um Salvador ressuscitado será
glorificado, e vocês serão consolados pelo que terão visto! Que o Senhor
reparta Sua própria benção a essas débeis palavras, por Seu Filho
Jesus Cristo. Amém.
__________
Porção da Escritura lida antes do sermão: Mateus 28
ORE PARA QUE O ESPIRITIO SANTO USE ESSE SERMÃO PARA EDIFICAÇÃO DE MUITOS E SALVAÇÃO DE PECADORES.
FONTE
Traduzido de http://www.spurgeon.com.mx/sermon863.html
Todo direito de tradução protegido por lei internacional de domínio público
Sermão nº 863— THE STONE ROLLED AWAY- do volume 15 do The Metropolitan Tabernacle Pulpit,
Tradução e revisão: Armando Marcos Pinto
[1] Averno:
em linguagem poética, lugar dos condenados pela justiça divina. Na
antiguidade se lhe considerava a entrada dos infernos. (nota do original
em espanhol)
[2] Colina de Marte:
Colinja localizada em Atenas a noroeste e abaixo da Acrópole,
conhecida como Areópago, onde se reuniaam os concílios e o tribunal.
Paulo pregou ali uma mensagem registrada em Atos 17 (nota do original
em espanhol)
Charles Haddon Spurgeon,
comumente referido como C. H. Spurgeon (Kelvedon, Essex, 19 de junho de
1834 — Menton, 31 de janeiro de 1892), foi pastor em no Tabernáculo
Metropolitano, Newington, Londres e um pregador batista reformado
britânico.
Extraído de: Projeto Spurgeon
Extraído de: Projeto Spurgeon
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