(Texto: Atos : 3:1-10 )
1 “Pedro e João subiam ao templo para a oração da hora nona. 2 Era levado um homem, coxo de nascença, o qual
punham diariamente à porta do templo chamada Formosa, para pedir esmola aos que
entravam. 3 Vendo ele a Pedro e João,
que iam entrar no templo, implorava que lhe dessem uma esmola. 4 Pedro, fitando-o, juntamente com João, disse:
Olha para nós. 5 Ele os olhava
atentamente, esperando receber alguma coisa. 6
Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho,
isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda! 7 E, tomando-o pela mão direita, o levantou;
imediatamente, os seus pés e tornozelos se firmaram; 8 de um salto se pôs em pé, passou a andar e
entrou com eles no templo, saltando e louvando a Deus. 9 Viu-o todo o povo a andar e a louvar a Deus,
10 e reconheceram ser ele o mesmo que esmolava,
assentado à Porta Formosa do templo; e se encheram de admiração e assombro por
isso que lhe acontecera”.
Qual é a nossa postura diante de uma
sociedade que se auto-denomina cristã, mas não vive de acordo com o que dizem
crer?
O que significa ser cristão hoje? Ser
cristão hoje é algo que faz parte da tradição que as pessoas receberam. Está ligada
a criação e a postura religiosa adquirida desde a infância, mas que não
necessariamente esteja ligado a convicções de fé e conhecimento sobre aquilo
que se diz crer. Essas pessoas não conhecem a Cristo. Não conhecem as Escrituras
Sagradas.
Nós podemos pegar pessoas de várias
religiões, inclusive um evangélico e todos eles, no final das contas serão cristãos. Porque todos eles crêem
em Cristo, eles professam que Cristo é alguém, de acordo com o que eles
imaginam ser, de acordo com a vontade deles. Seja a religião que for, isso não
anula nem impede qualquer uma dessas categorias usar o nome de Cristãos.
Ser Cristão é ser um representante de Cristo
no mundo. O mundo ocidental é profundamente cristão. Mas é absolutamente pagão
nas suas posturas.
Foi num mundo cristão que a lei a favor do aborto foi aprovada. Foi
em um mundo cristão que as leis que
favorece o casamento gay e a liberdade sexual a ponto de casais homossexuais poderem adotar uma
criança, foi aprovada. Em um mundo Cristão essas leis mundanas têm tomado
forma e crescido a cada dia mais.
Aprovaram também no mundo Cristão leis que permitem a manipulação de células
tronco de embriões. E para conseguir uma suposta cura para determinada
doença, mata-se uma vida. Foi em um mundo cristão que essas coisas foram
aparentemente aprovadas.
Isso faz parte da mentalidade do povo de
hoje. Todas essas atitudes não Cristãs
estão presentemente marcadas no mundo Cristão, que banalizou o casamento,
empobreceu o amor, esfriou a importância da vida e busca viver sem Cristo, sem
Deus em um mundo que é Dele. Esse é o problema que desencadeiam todos os
outros.
A maioria dos nossos políticos são
cristãos, e muitos deles estão envolvidos com vários escândalos. São tantos
escândalos que não se dá nem para enumerar.
Esse texto que nós lemos fala a
respeito de cristãos. E ele tem a nos ensinar muitas coisas para os dias de
hoje.
Aqui nós temos um personagem
principal, um sujeito presente em todo lugar, mas aparentemente oculto aqui.
Que dirige e coordena a nossa vida de tal forma que os nossos atos praticados
deveriam ser a demonstração absoluta da Sua presença na nossa vida.
Esse
sujeito é Jesus. Não
é Pedro nem João. Eles são cristãos, são representantes de Cristo, que vão nos
mostrar como os evangelistas devem
viver em uma sociedade pagã.
Qual é o papel que devemos exercer
como evangelistas em uma sociedade nominalmente
cristã?
1º Devemos tratar as pessoas não por aquilo que elas podem
oferecer, mas por aquilo que elas são. (1-4)
“1 Pedro e João subiam ao templo para a
oração da hora nona. 2 Era levado um homem, coxo de nascença, o qual
punham diariamente à porta do templo chamada Formosa, para pedir esmola aos que
entravam. 3 Vendo ele a Pedro e João, que iam entrar no
templo, implorava que lhe dessem uma esmola. 4 Pedro, fitando-o,
juntamente com João, disse: Olha para nós”.
O livro de Atos é um livro histórico,
escrito por Lucas que trata sobre os atos do Espírito Santo na vida do povo de
Deus no começo da Igreja primitiva no Novo Testamento. Nós vimos coisas
incríveis acontecendo aqui.
Aqui nós vemos um milagre acontecendo na vida
de uma pessoa absolutamente simples. Uma pessoa sem grandes coisas, sem
qualquer posição significativa dentro da sociedade, sem qualquer relevância
histórica, sem status social.
O texto diz que esse homem era um
coxo, um aleijado que era sempre colocado em uma porta principal do templo que
dava acesso ao templo de Jerusalém na parte onde os Gentios podiam entrar. E é por isso que ele estava ali, na porta
Formosa.
Ele era tão inválido, sua deficiência
era tão profunda, que ele não podia se locomover sozinho. Sempre tinha que ter
gente para carregá-lo, o que lhe causava uma enorme dor na consciência de ter
que sobreviver da ajuda dos outros e não do suor do seu próprio trabalho.
Em uma sociedade pós moderna como a
nossa, as pessoas aparentemente não sofrem. O pedir virou um vicio. As
pessoas param você no farol, vão limpar o pára-brisa do seu carro, isso parece
natural. Mas com ele era diferente porque ele não vivia no mundo da pós
modernidade, e qualquer ato praticado dessa forma era algo relacionado com a
situação que ele vivia.
Ele não podia fazer nada, não tinha um
emprego. Hoje nós temos abertura para pessoas especiais, você pode observar
isso acontecendo. Naquela época não era assim.
Era bem provável que esse homem se
envergonhasse de viver naquela situação, mas a força das circunstâncias o
obrigava a viver daquela forma. Essas limitações não traziam paz ao seu
coração, ele não se agradava de viver das esmolas dos outros e nem de ser
carregado diariamente até a porta do templo pelos outros para continuar na
dependência das pessoas.
Olhando para a característica desse
homem:
·
O
que ele poderia oferecer para Pedro e para João?
·
O
que nós poderíamos esperar de um homem desses?
·
Qual
a vantagem que poderíamos adquirir mantendo a amizade com ele?
·
O que poderíamos, nessa relação de troca,
receber de uma pessoa de uma condição tão pobre, tão humilde, tão carente?
Nesse mundo nominalmente cristão, em
que os nossos pensamentos são absorvidos pela mente de Cristo, nós aprendemos a
não tratar os homens com diferença por causa do status.
Aprendemos a não tratar as pessoas
baseados naquilo que elas podem oferecer. Aprendemos a não fazer acepção de
pessoas e também aprendemos a valorizar os homens por aquilo que eles são.
E o que eles são: Seres humanos e
não por aquilo que eles podem fazer ou nos dar alguma coisa.
Estamos tão envolvidos conosco e o
nosso desejo de autonomia é tão grande que nos tornamos ensimesmados, voltados
para nós mesmos, libertando a nossa consciência de qualquer peso em não ter
ajudado o nosso próximo.
Deveríamos ser mais misericordiosos e
menos egoístas.
Se agirmos assim, melhoramos inclusive
os nossos relacionamentos em casa, seremos maridos melhores, esposas melhores,
filhos melhores. Nosso convívio com familiares e vizinhos serão melhores.
Sabe porque?
Por que aprenderemos a dividir e não
esperar do outro. Fazer por ele mesmo
que ele não se importe com você.
Se atente para o mundo ao seu redor.
Observe as necessidades do seu próximo. Deixe de olhar com uma visão critica e
passe a olhar com uma visão de amor e graça.
Devemos ter em mente que Jesus agiu em
benefício do seu povo não por aquilo que nós poderíamos oferecer a Ele, mas
por nos ver como gente carente e necessitada de Deus. É difícil isso, é um
exercício doloroso muitas vezes.
Pedro e João olharam para o coxo e ele
não tinha nada para fazer, ele era um aleijado e mendigo. A situação dele era
muito pior do que a dos apóstolos que tinham abnegado dos seus bens para seguir
a Jesus, mas eles se interessaram pela vida dele. Se interessaram pelo ser
humano.
Qual é o papel que devemos exercer
como evangelistas em uma sociedade nominalmente
cristã?
2º Devemos conscientizar a sociedade que a transformação só
ocorre através de Jesus. (5-8)
“5-
Ele os olhava atentamente, esperando receber alguma coisa. 6 Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem
prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o
Nazareno, anda! 7 E, tomando-o pela
mão direita, o levantou; imediatamente, os seus pés e tornozelos se firmaram;
8 de um salto se pôs em pé, passou a
andar e entrou com eles no templo, saltando e louvando a Deus”.
Pedro e João não invocaram o nome
deles com o objetivo de enganar ninguém, mas invocaram o nome de Cristo, o único capaz de resolver o problema
daquele homem.
Pedro e João foram verdadeiros agentes
de transformação dentro do contexto em que viveram e transferira, toda a glória
para Deus, o verdadeiro autor.
As transformações que ocorrem na nossa
vida tem sempre como objetivo último engrandecer o nome Dele, gerando naqueles
que foram alcançados pelo bem um sentimento
de reverência, de respeito, de alegria e de amor profundo ao Senhor. Foi o que aconteceu com o coxo, saltando e
louvando a Deus.
Esse versos aqui mostram que nem
sempre o que as pessoas acham precisar, correspondem as necessidades que elas de fato necessitam.
O coxo achou que as suas necessidades
maiores estavam relacionadas com aquilo que ele entendia ser o melhor para a
sua vida. O que era melhor para ele
naquele momento?
O
dinheiro para poder se sustentar e manter a sua família. Mas ele tinha uma necessidade maior, uma necessidade que mudaria
para sempre a sua vida., mas ele nunca imaginou que isso fosse possível, que
era a cura para a sua doença. Ele nunca pensou que poderia ser curado por algo
que fazia parte da sua vida desde o seu nascimento.
Ele nunca pensou que poderia ser
curado de uma doença congênita. Ele sabia que não tinha nada na medicina que o
pudesse curar, nada poderia solucionar esse seu problema. Ele então se conscientiza de que deveria viver para sempre daquela
forma.
Ele estava com aproximadamente 40 anos e nunca ele iria imaginar que era possível
retomar a sua vida e recomeçar a sua história. Ele já estava conformado com a
vida miserável e com a história dele. Achava que a sua necessidade maior fosse
a sobrevivência, ele achava que a necessidade maior dele fosse o dinheiro.
Cristo sempre será a nossa necessidade
maior seja qual for a enormidade da questões e dos momentos que nós vivemos. Cristo sempre será a necessidade
básica de cada um de nós em toda e qualquer circunstância da nossa vida.
Nós nunca saberemos o que é melhor
para nós a não ser que Cristo se faça presente na nossa vida e dê uma
perspectiva de uma mundo diferente e totalmente nova para nós além daquilo que
esperamos.
Talvez aqui não tenha ninguém nessa
mesma situação do coxo, mas que reclama da real situação em que está vivendo.
Isso acontece com todos nós.
Observe o verso 06:
“6 Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata
nem ouro, mas o que tenho, isso te dou:
em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!”
Qualquer dilema que estivermos vivendo
seja em que área for, só através de Jesus nós podemos iniciar uma nova vida,
uma nova vida pode ser iniciada em nós. Você pode recomeçar uma caminhada.
Artigo publicado na revista Veja no dia 12 de julho de 2006 diz:
“Com
menos ênfase no sobrenatural e mais investimento em técnicas de auto-ajuda, a
nova geração de pregadores evangélicos multiplica o rebanho protestante e
aumenta a sua penetração na classe média.
A nova geração de líderes
evangélicos achou um caminho muito mais certeiro e útil de chegar ao coração
dos fiéis: o da auto-ajuda. A
promessa é a mesma que ofereciam pentecostais e neopentecostais da geração
passada: o da felicidade e prosperidade aqui e agora. Só que, para alcançá-las,
os novos pastores sugerem outras ferramentas: além da fé, o bom senso; somado à intervenção divina, o esforço individual.
"O discurso atual dá mais ênfase ao pragmatismo e à pró-atividade do
fiel do que ao sobrenatural", avalia o pesquisador da PUC-SP Adilson José
Francisco.
O homem é colocado no centro, onde as
coisas só podem acontecer através dele.
O mundo tem pensado assim. As pessoas
tem procurado as soluções em muitos lugares, mas o único lugar a ser buscado, a transformação só vai ocorre através de
Cristo. O dinheiro para o coxo não resolveria o problema, Pedro e João sabiam
disso e demonstraram o poder de Jesus na transformação de vidas.
Qual é o papel que devemos exercer
como cristãos em uma sociedade nominalmente
cristã?
3º Devemos Testemunhar aos outros o que Deus tem feito na nossa
vida. (9-10)
“9 Toda a multidão viu o homem pulando e
louvando a Deus. 10 e reconheceram ser
ele o mesmo que esmolava, assentado à Porta Formosa do templo; e se encheram de
admiração e assombro por isso que lhe acontecera.”.
Isso é algo simples, que não requer
grandes conhecimentos teológicos, que não exige grandes abordagens preparadas
com efeitos extraordinários.
Testemunhar é mostrar aos outros o que Deus
tem feito na nossa vida. A única coisa que se exige aqui é a conscientização de
quem realmente mudou e realizou magníficas transformações na nossa vida é Jesus
o Senhor.
A alegria da cura, a alegria da
ressurreição para a vida foi tão magnífico na vida do coxo que ele saiu andando
eufórico em praticar algo que ele nunca tinha feito: Uma caminhada vibrante ,
emocionante para alguém que começa a
andar aos 40 anos.
Ele reconhece a necessidade de
compartilhar e anunciar aquilo que Deus tinha feito na vida dele. Outras
pessoas puderam compartilhar da alegria dele pois ele não se conteve. O seu
objetivo era mostrar que Cristo havia feito algo por ele que ninguém antes conseguiu fazer.
Percebam que ele era uma pessoa
conhecida. Todos conheciam esse homem naquela região de Jerusalém. Ele marcava
ponto ali. Todas as pessoas conheciam ele. Ele viveu ali. Passava grande parte
do dia ali. Ele aproveitava aquela oportunidade para demonstrar aos outros que
algo havia mudado na sua vida.
A sua história e a sua perspectiva
foram transformadas, os seus hábitos seriam outros, a sua maneira de vida foi
totalmente substituída por uma outra forma de viver
Nós como crentes precisamos fazer como
esse homem fez. Devemos visualizar sempre a glória de Deus através do nosso
testemunho. Nosso papel é esse nesse mundo incrédulo e pragmático. Falar,
anunciar, testemunhar, pregar a Cristo, falar de Cristo, viver Cristo
anunciando aos outros que realmente houve mudança significativas na nossa vida.
Para isso, você precisa saber quem é
Jesus, o seu Senhor. Qual era a sua condição, do que ele te livrou, de qual
situação Ele te libertou.
Você precisa saber da onde você veio,
você precisa saber qual é o seu propósito aqui nessa terra. Você precisa saber
para onde você vai. Parece simples, mas tem muita gente inteligente que não
sabe de nada disso.
Não espere você adquirir um grande
conhecimento de Jesus para testemunhar. Vai dividir com os outros o que Ele fez
na sua vida.
Existem muitos homens que conhecem
muito de teologia, mas que não dão um único testemunho, nunca dividiram Jesus
com ninguém. Nunca dividiram Cristo com um amigo deles.
Essa é a teologia do fariseu, que fala
para quem é. Tem gente que, quando está em um novo ambiente, fica procurando
algum crente para conversar a respeito de Cristo, muitas vezes para mostrar o
seu ponto de vista em relação a sua doutrina e discutir com o outro questões
irrelevante. Mas é um verdadeiro agente secreto de Cristo. Não fala para
ninguém, e quando alguém descobre, fica admirado pelas condutas erradas que
essa pessoa tinha e por não ter dito que era cristã.
Conclusão:
Qual é o papel que
devemos exercer como cristãos em uma sociedade nominalmente cristã?
1º) Trate as pessoas por aquilo que elas são.
2º) Conscientize a sociedade de que a
transformação só ocorre através de Jesus.
3º) Testemunhe aos outros o que Deus
tem feito na sua vida.
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