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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Sermão: Para que Fugir?



Salmo 11

1- No Senhor me refugio. Como então vocês podem dizer-me: "Fuja como um pássaro para os montes"? 2- Vejam! Os ímpios preparam os seus arcos; colocam as flechas contra as cordas para das sombras as atirarem nos retos de coração. 3- Quando os fundamentos estão sendo destruídos, que pode fazer o justo? 4- O Senhor está no seu santo templo; o Senhor tem o seu trono nos céus. Seus olhos observam; seus olhos examinam os filhos dos homens. 5- O Senhor prova o justo, mas o ímpio e a quem ama a injustiça, a sua alma odeia. 6- Sobre os ímpios ele fará chover brasas ardentes e enxofre incandescente; vento ressecante é o que terão. 7- Pois o Senhor é justo, e ama a justiça; os retos verão a sua face.

O Salmista vive uma crise que não é detalhada. Não diz que tipo de crise é. Parece que fizeram comentários sobre a vida dele. Ele recebe um conselho: Foge para os montes

“...Como então vocês podem dizer-me: "Fuja como um pássaro para os montes"?

A tradução católica diz: “...Foge, velozmente, para a montanha, como um pássaro”;

É um conselho que ele recebe, e ele se recusa: “No Senhor me refugio”.
O salmo é um canto de confiança em forma de um diálogo dramático entre homens corruptos e o salmista, um homem confiante em Deus.
Pessoas apavoradas com problemas e um salmista confiante em Deus. Eles estão dialogando. 
O salmista recebe o conselho de fugir, mas diz que se confia em Deus.
Podemos dividir esse Salmo em duas partes:

A primeira: A pessoa sem fé e a Segunda a Pessoa com Fé.
Do verso 1 ao 3: Vozes do Desespero.
Do verso 4 ao 7: Dimensão esquecida.

Vozes do Desespero:

Essas pessoas que estão alarmadas diante do perigo. Alguns presumem que são colegas de Davi que estavam com ele no momento de crise, ou com Saul ou com Absalão. Para essas vozes, a solução é fuga para as montanhas.
As montanhas na poesia hebraica representa confiança. Para o salmista a questão é a mesma, a busca de refúgio, mas não na montanha e sim em Deus.
O que nós temos aqui no Salmo 11:1 é a mesma coisa que temos no Salmo 121:1,2

1- “Levanto os meus olhos para os montes e pergunto: De onde me vem o socorro? 2- O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra”.

Não vem dos montes, vem de Deus. Parece que o problema básico do salmista é o caluniador à luz do verso dois:   “...as atirarem nos retos de coração”.

Ele compara a calunia como uma flecha pelas costas. Eles faziam isso pelas costas, escondido. Isso é reforçado no versículo três:

3- Quando os fundamentos estão sendo destruídos, que pode fazer o justo?

Se não há fundamentos, em que o justo vai se refugiar? Nas montanhas? Somente em Deus. A calúnia subverte os fundamentos morais, o justo não fez nada e é acusado.
Quantas acusações que nós vemos por aí sem fundamentos nenhum?
Apunhaladas pelas costas é terrível. O justo não fez nada, e quando vê, ele já recebeu a flechada.
Os fundamentos foram destruídos, o que ele pode fazer? Para alguns fugir para a montanha, para o Salmista, confiar.
E ele confia porque é uma dimensão que foi esquecida. Em vez de olhar para a montanha, ele olha para o Santo templo.
4- “O Senhor está no seu santo templo”;

Não é o templo de Jerusalém, para o judeu o templo de Jerusalém era a cópia terrena de um templo celestial. Um templo onde Deus ficava sentado governando o mundo, olhando o mundo. Não é o templo de Jerusalém porque a continuidade diz:

“...o Senhor tem o seu trono nos céus. Seus olhos observam; seus olhos examinam os filhos dos homens”.

Deus está vendo. O Salmista é vítima da violência, não como vimos no estudo passado da violência física, mas a violência moral, a violência da língua. E Deus odeia a violência.
O Senhor prova o justo e o ímpio, ele examina os dois e a Sua alma odeia ao que ama a violência.
Para esses ímpios:

 6- “Sobre os ímpios ele fará chover brasas ardentes e enxofre incandescente; vento ressecante é o que terão”.

Vento abrasador como porção é uma referência ao vento oriental que vinha do deserto da Palestina, aquele calor de cinqüenta graus.
O maldoso, quando está com sede, vai por o copo na boca e vem o vento quente, ou seja, no momento em que ele buscar alivio, Deus o julgará.

6- “Sobre os ímpios ele fará chover brasas ardentes e enxofre incandescente...”

Fogo e enxofre lembramos do juízo sobre Sodoma. Foi um juízo inesperado que não se podia deter. E o Salmista lembra disso, que o Senhor ama a Justiça.

Os homens amam a fofoca, a destruição do próximo. Deus ama a justiça.
O Senhor é justo e o salmista busca ser justo. Então ele fica tranqüilo. Ele não vai fugir para o monte porque Ele sabe que há um Deus que vê e que julga.
Então ele pode confiar. Ele olha para Deus e vê o socorro, o maldoso vai ver o juízo, o fiel vai ver o rosto divino

7- ... “os retos verão a sua face”.
É Por isso que ele rejeita o conselho.
Foge para o monte”, ele diz, “eu não vou fugir, eu vou olhar para o Senhor, eu sou Inocente”.
No salmo sete vimos que ele também foi acusado injustamente, então aparece os quatro ses. A partir do verso 3: Se eu fiz isso, se há perversidade nas minhas mãos,  se paguei com o mal, se despojei o meu inimigo sem causa.
Ele não fez essas coisas, então ele está confiante de que vai ver o rosto divino.
Há mas na Biblia diz que ninguém pode ver o rosto de Deus, a expressão ver o rosto divino, ver a Deus não é uma expressão para ser usada literalmente.
Havia um habito, aqueles monarcas eram inacessíveis. Não é como hoje que se vê as autoridades o dia todo na televisão.
Lembre-se de 2Samuel 14:28, ficou Absalão dois anos em Jerusalém mas sem ver o rei. A pessoa ficava dez, quinze anos sem ver a face do rei. Só as pessoas muito especiais para o rei tinham o privilégio de serem levadas na presença dele e ver o seu rosto.
O fiel é alguém especial, o ímpio nunca vai ver o rosto de Deus, nunca vai ter acesso a Deus, o fiel vai ter.
Esta é a segurança do salmista. Ele tem acesso a Deus.
Conclusão: Há três declarações sobre a ação divina no Salmo, ou seja, o salmista faz três declarações sobre as ações de Deus.

Primeira: Verso 4: O Senhor está no seu Santo templo, isso significa o seguinte: Deus governa

Segunda: Verso 5: O Senhor provo o justo e o ímpio, isso significa, Ele Julga.

Terceira: Verso 7: O Senhor é Justo, então o que Ele fizer, será correto.

São três declarações que mostram a maneira de Deus agir, Deus governa, Deus julga e Deus é correto. Por causa disso, sendo um homem justo, o salmista descansa.
Justo não significa sem pecado, justo no Antigo testamento corresponde ao justificado, ao perdoado, ao salvo do Novo Testamento. Aquele que foi alcançado pela graça de Deus na Pessoa de Jesus Cristo. Esse tem acesso a Deus. Esse pode entrar na presença de Deus. Esse sabe que há um Deus que governa, não importam como as coisas pareçam, ele entende que todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus.
Esse Deus julga, mas quem está coberto pelo sangue de Cristo não será julgado. O que Deus fizer, estará bom para a vida do justo. Por essas verdades, o salmista pode dizer: No Senhor confio.
Muitas pessoas quando passam por problemas gostariam de fugir deles como um pássaro para o monte, o salmista simplesmente confia em Deus, ele sabe que está certo e que Deus vai cuidar dele.
Qual é a lição do Salmo? A lição do salmo para a nossa vida é essa:

Nós devemos nos lembrar de que há uma dimensão que o homem ímpio esquece, mas que nós não podemos nos esquecer, um Deus que vê, que governa e um Deus que julga.
E se o nosso coração diante de Deus estiver sincero com ele, podemos nos sentir seguro e dizer como o salmista:
No Senhor confio.

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