Salmo 11
1- No Senhor me refugio. Como então
vocês podem dizer-me: "Fuja como um pássaro para os montes"? 2-
Vejam! Os ímpios preparam os seus arcos; colocam as flechas contra as cordas
para das sombras as atirarem nos retos de coração. 3- Quando os fundamentos
estão sendo destruídos, que pode fazer o justo? 4- O Senhor está no seu santo
templo; o Senhor tem o seu trono nos céus. Seus olhos observam; seus olhos
examinam os filhos dos homens. 5- O Senhor prova o justo, mas o ímpio e a quem
ama a injustiça, a sua alma odeia. 6- Sobre os ímpios ele fará chover brasas
ardentes e enxofre incandescente; vento ressecante é o que terão. 7- Pois o
Senhor é justo, e ama a justiça; os retos verão a sua face.
O Salmista vive uma crise que não é
detalhada. Não diz que tipo de crise é. Parece que fizeram comentários sobre a
vida dele. Ele recebe um conselho: Foge para os montes.
“...Como
então vocês podem dizer-me: "Fuja como um pássaro para os montes"?
A tradução católica diz: “...Foge, velozmente, para a montanha, como um
pássaro”;
É um conselho que ele recebe, e ele se recusa: “No Senhor me refugio”.
O salmo é um canto de confiança em
forma de um diálogo dramático entre homens corruptos e o salmista, um homem
confiante em Deus.
Pessoas apavoradas com problemas e um
salmista confiante em Deus. Eles estão dialogando.
O salmista recebe o conselho de fugir,
mas diz que se confia em Deus.
Podemos dividir esse Salmo em duas partes:
A
primeira: A pessoa sem fé
e a Segunda a Pessoa com Fé.
Do
verso 1 ao 3: Vozes
do Desespero.
Do
verso 4 ao 7: Dimensão
esquecida.
Vozes
do Desespero:
Essas pessoas que estão alarmadas
diante do perigo. Alguns presumem que são colegas de Davi que estavam com ele
no momento de crise, ou com Saul ou com Absalão. Para essas vozes, a solução é
fuga para as montanhas.
As montanhas na poesia hebraica
representa confiança. Para o
salmista a questão é a mesma, a busca de refúgio, mas não na montanha e sim em Deus.
O que nós temos aqui no Salmo 11:1 é a mesma coisa que temos no
Salmo 121:1,2
1- “Levanto os meus olhos para os montes e pergunto: De onde me vem o
socorro? 2- O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra”.
Não vem dos montes, vem de Deus.
Parece que o problema básico do salmista é o caluniador à luz do verso
dois: “...as atirarem nos retos de coração”.
Ele compara a calunia como uma flecha
pelas costas. Eles
faziam isso pelas costas, escondido. Isso é reforçado no versículo três:
3-
Quando os fundamentos estão sendo destruídos, que pode fazer o justo?
Se não há fundamentos, em que o justo
vai se refugiar? Nas montanhas? Somente em Deus. A calúnia subverte os
fundamentos morais, o justo não fez nada e é acusado.
Quantas acusações que nós vemos por aí
sem fundamentos nenhum?
Apunhaladas pelas costas é terrível. O
justo não fez nada, e quando vê, ele já
recebeu a flechada.
Os fundamentos foram destruídos, o que
ele pode fazer? Para alguns fugir para a
montanha, para o Salmista, confiar.
E ele confia porque é uma dimensão que
foi esquecida. Em vez de olhar para a montanha, ele olha para o Santo templo.
4-
“O Senhor está no seu santo templo”;
Não é o templo de Jerusalém, para o
judeu o templo de Jerusalém era a cópia terrena de um templo celestial. Um
templo onde Deus ficava sentado governando o mundo, olhando o mundo. Não é o
templo de Jerusalém porque a continuidade diz:
“...o
Senhor tem o seu trono nos céus. Seus olhos observam; seus olhos examinam os
filhos dos homens”.
Deus
está vendo. O
Salmista é vítima da violência, não como vimos no estudo passado da violência
física, mas a violência moral, a violência da língua. E Deus odeia a violência.
O Senhor prova o justo e o ímpio, ele
examina os dois e a Sua alma odeia ao que ama a violência.
Para esses ímpios:
6- “Sobre os ímpios ele fará chover brasas
ardentes e enxofre incandescente; vento ressecante é o que terão”.
Vento
abrasador como porção
é uma referência ao vento oriental que vinha do deserto da Palestina, aquele
calor de cinqüenta graus.
O maldoso, quando está com sede, vai
por o copo na boca e vem o vento quente, ou seja, no momento em que ele buscar alivio, Deus o julgará.
6-
“Sobre os ímpios ele fará chover brasas ardentes e enxofre incandescente...”
Fogo
e enxofre lembramos
do juízo sobre Sodoma. Foi um juízo inesperado que não se podia deter. E o Salmista lembra disso, que o Senhor ama
a Justiça.
Os homens amam a fofoca, a destruição
do próximo. Deus ama a justiça.
O Senhor é justo e o salmista busca
ser justo. Então ele fica tranqüilo.
Ele não vai fugir para o monte porque Ele
sabe que há um Deus que vê e que julga.
Então ele pode confiar. Ele olha para
Deus e vê o socorro, o maldoso vai ver o juízo, o fiel vai ver o rosto divino
7- ... “os retos verão a sua face”.
É Por isso
que ele rejeita o conselho.
“Foge para o monte”, ele diz, “eu não vou fugir, eu vou olhar para o
Senhor, eu sou Inocente”.
No salmo
sete vimos que ele também foi acusado injustamente, então aparece os quatro ses.
A partir do verso 3: Se eu fiz isso, se
há perversidade nas minhas mãos, se
paguei com o mal, se despojei o meu inimigo sem causa.
Ele não fez
essas coisas, então ele está confiante de que vai ver o rosto divino.
Há mas na Biblia diz que ninguém pode
ver o rosto de Deus,
a expressão ver o rosto divino, ver a Deus não é uma expressão para ser usada
literalmente.
Havia um
habito, aqueles monarcas eram inacessíveis. Não é como hoje que se vê as
autoridades o dia todo na televisão.
Lembre-se
de 2Samuel 14:28, ficou Absalão dois
anos em Jerusalém mas sem ver o rei. A pessoa ficava dez, quinze anos sem ver a
face do rei. Só as pessoas muito especiais para o rei tinham o privilégio de
serem levadas na presença dele e ver o seu rosto.
O fiel é alguém especial, o ímpio nunca vai ver o rosto de
Deus, nunca vai ter acesso a Deus, o fiel vai ter.
Esta é a
segurança do salmista. Ele tem acesso a Deus.
Conclusão: Há três declarações sobre a ação
divina no Salmo, ou seja, o salmista faz três
declarações sobre as ações de Deus.
Primeira:
Verso 4: O Senhor
está no seu Santo templo, isso significa o seguinte: Deus governa
Segunda: Verso
5: O Senhor provo o justo e o ímpio, isso significa, Ele Julga.
Terceira:
Verso 7: O Senhor é
Justo, então o que Ele fizer, será correto.
São três
declarações que mostram a maneira de Deus agir, Deus governa, Deus julga e Deus é correto. Por causa disso, sendo um homem justo, o salmista descansa.
Justo não
significa sem pecado, justo no Antigo testamento corresponde ao justificado, ao
perdoado, ao salvo do Novo Testamento. Aquele que foi alcançado pela graça de
Deus na Pessoa de Jesus Cristo. Esse tem acesso a Deus. Esse pode entrar na
presença de Deus. Esse sabe que há um Deus que governa, não importam como as
coisas pareçam, ele entende que todas as coisas contribuem para o bem daqueles
que amam a Deus.
Esse Deus julga, mas quem está coberto
pelo sangue de Cristo não será julgado.
O que Deus fizer, estará bom para a vida do justo. Por essas verdades, o
salmista pode dizer: No Senhor confio.
Muitas
pessoas quando passam por problemas gostariam de fugir deles como um pássaro
para o monte, o salmista simplesmente confia em Deus, ele sabe que está certo e
que Deus vai cuidar dele.
Qual é a
lição do Salmo? A lição do salmo para a nossa vida é essa:
Nós devemos nos lembrar de que há uma
dimensão que o homem ímpio esquece, mas que nós não podemos nos esquecer, um Deus que vê, que governa e um Deus que
julga.
E se o nosso coração diante de Deus
estiver sincero com ele, podemos nos sentir seguro e dizer como o salmista:
No Senhor confio.
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