“De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o
contentamento. Porque nada temos trazido
para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir,
estejamos contentes. Ora, os que querem
ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas
e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os
males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram
com muitas dores. Tu, porém, ó homem de
Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a
constância, a mansidão.” (1 Timóteo 6.6-11)
A Bíblia classifica a relação das
pessoas com o dinheiro em 3 tipos:
- Os pobres
- Os ricos
- E os que querem ficar ricos (esses são os mais perigosos)
O mundo do
Novo Testamento era marcado por estratos sociais extremos: os ricos e os pobres (praticamente não havia a classe média! Ela
estava reduzida à Jerusalém constituída de pequenos comerciantes e artesãos) e
essa disparidade social entre as pessoas tornava urgente e imprescindível saber
lidar com o que possuía. É por isso que o próprio Jesus fala muito
sobre bens materiais e dinheiro – não tanto sobre o ter ou não ter – mas,
sobretudo acerca de como administrar o que tem. Jesus e o NT tocam muito neste
assunto porque o jeito de lidar com o dinheiro e os bens materiais, mais do que
deveria, afeta a fé das pessoas!
Como Deus espera que o cristão lide com as
questões materiais?
1.
Com
uma Atitude Adequada
Observe novamente o
texto de 1 Tm 6.6-8:
“De fato, grande fonte de lucro é a piedade
com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma
podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes”.
Antes, Paulo estava se
reportando àqueles que afirmavam que “a piedade é fonte de lucro” (v.5), mas ele instrui dizendo que o
lucro que a piedade dá é este de multiplicar na vida do crente a atitude do contentamento! Contentamento
é a atitude mais adequada na vida do cristão.
Contentamento tem a ver com a convicção de que nada temos trazido para o mundo,
nem coisa alguma podemos levar dele.
Trata-se de uma felicidade diante daquilo que tem
que não nos impede de lutar para ter mais, mas ao mesmo tempo não destrói nossa
alegria em face da realidade de se ter tão somente o essencial. Quem vive
contente com o essencial é sempre agradecido se tem mais; quem vive descontente
com o essencial, ainda que consiga mais permanece descontente e murmurando!
Como Deus espera que o cristão lide com as
questões materiais?
2.
Com
Desejo Apropriado
O texto de Paulo alerta
para o fato de que “os que querem ficar ricos caem em tentação, e
cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam
os homens na ruína e perdição” (1 Tm 6:9).
Não
há nada de ruim em ser rico, nem em ser pobre; ruim é querer ser rico (sendo
rico ou pobre!). O desejo de ser rico não é algo apropriado ao cristão porque
se torna um “laço” (como na versão
do Almeida Revista e Corrigida) que o leva a um estilo de vida totalmente ao
inverso do que Deus tenciona pra ele!
Observe a
carga negativa que há no texto: tentação, cilada, muitas concupiscências insensatas
e perniciosas, ruína e perdição.
Pra nos ajudar
a avaliar nosso desejo, precisamos fazer 3 distinções:
1ª.
Entre desejo e necessidade:
trocar o carro, a geladeira, o sofá poderá ser apenas um desejo. Isto é
diferente de necessidades como: comida, saúde, etc. Portanto, não diga
que você precisa se é apenas um desejo. O desejo pode esperar!
2ª.
Entre investimento e utilidade: investimento refere-se a uma casa, um carro, um
terreno que dificilmente terá condições de comprar a vista e precisará então
fazer alguma forma de financiamento. Utilidade são coisas como uma TV, uma geladeira
que dá pra juntar rapidinho um dinheiro e esperar até poder comprar a vista! Há
muitos que financiam qualquer coisa e pagam juros por isso e comprometem o
orçamento sem necessidade e com falta de sabedoria.
3ª.
Entre ousadia e falta de senso: ousadia é quando se faz um investimento a longo
prazo, como um terreno que mais tarde poderá valorizar, por exemplo! Falta de
senso é quando não se pode comprar, mas compra-se na “fé” de que irá surgir,
sabe Deus de onde, recurso pra pagar!
Como Deus espera que o cristão lide com as
questões materiais?
3.
Com
as Prioridades Ajustadas
Paulo ainda constata:
“Porque o
amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram
da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.” E, por isso, aconselha: “Tu,
porém, ó homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade,
a fé, o amor, a constância, a mansidão” (1
Tm 6:10-11).
A construção grega do
verso 10 é curiosa. Literalmente diz: “A raiz de
todos os males é o amor ao dinheiro” (filargyria).
Conforme o
registro de Lucas 12.15, Jesus
recomendou:
“Tende
cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não
consiste na abundância dos bens que ele possui”. Isto é, correr atrás do dinheiro pode ser
uma corrida vã!
Em Mt 6.24
Jesus disse que “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e
amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a
Deus e às riquezas”.
Desse modo, é
preciso compreender que o dinheiro é o grande rival de Deus.
“Nessa cobiça,” alerta o Apóstolo Paulo, “alguns se
desviaram da fé (ainda que não da Igreja!) e a si mesmos se atormentaram com
muitas dores.”
Nossas prioridades precisam ser ajustadas se
queremos lidar com as questões materiais de acordo com o desejo de Deus!
ORIENTAÇÕES PRÁTICAS:
1.
Conscientize-se dos seus
“Hábitos de Consumo”.
·
Gastar por impulso;
O autor Neale Martin,
em seu livro “Hábitos de consumo” começa com uma pesquisa revolucionária que
concluiu que 95% do comprometimento humano é controlado pelo inconsciente.
·
Valorizar o que ganha,
gastar só o que pode!
·
Parcelamento de compras.
Verificar se é preciso mesmo parcelar uma compra
2. Habitue-se a colocar seu orçamento por escrito. Contas na
cabeça não dão certo!
3.
Suas despesas precisam
estar abaixo de suas receitas.
No caso da família endividada:
a.
Dívidas com cartões de crédito precisam ser negociadas;
b.
Juros de cheque especial precisam ser considerados nas
despesas;
c.
O excesso
de despesas de um mês precisa ser computado como despesa do mês seguinte;
d.
Deve verificar se há como ter um rendimento extra
(adiantamento de 13º salário, férias, etc.)
e.
Precisará
diminuir em alguma medida o padrão de vida até a situação se normalizar (TV a
cabo, telefone, saídas com o carro, viagens, restaurantes, delivery, etc.)
4.
Lembre-se que pessoas endividadas são vistas como
desagradáveis. “Ficam
nervosas, pois não têm dinheiro para nada. Os amigos ficam tímidos de falar de
compras perto delas, não as convidam para sair, pois sabem que não podem
gastar… Não queira ser assim”.
Provérbios 3:13-18
13 Feliz o
homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento; 14 porque melhor é o lucro que ela
dá do que o da prata, e melhor a sua renda do que o ouro mais fino. 15 Mais preciosa é do que pérolas,
e tudo o que podes desejar não é comparável a ela. 16 O alongar-se da vida está na
sua mão direita, na sua esquerda, riquezas e honra. 17 Os seus caminhos são caminhos
deliciosos, e todas as suas veredas, paz.
18 É árvore de vida para os que a alcançam, e felizes são
todos os que a retêm.
Permita-me deixar algumas diretrizes básicas e práticas:
1. SEJA FIEL NOS SEUS DÍZIMOS. (dízimo não
começa no dinheiro, mas na atitude do crente; não no bolso, mas no coração!).
Lembre-se de Pv
3.9:
“Honra ao SENHOR com os teus bens e com as
primícias de toda a tua renda;...” e de
Pv 28.20: “O homem fiel será cumulado de bênçãos, mas o
que se apressa a enriquecer não passará sem castigo”.
2.
SEJA
GENEROSO EM SUAS OFERTAS.
Havia 3
práticas fundamentais na piedade judaica: a oração, o jejum, as esmolas.
Jesus corrige distorções, mas não muda a estrutura, ao contrário, Ele incentiva!
Observe
Lc 12.33: “Vendei os
vossos bens e dai esmola; fazei para vós outros bolsas que não desgastem,
tesouro inextinguível nos céus, onde não chega o ladrão, nem a traça consome”.
3. ANTES
DE PENSAR EM COMO GANHAR MAIS, PLANEJE COMO ADMINISTRAR MELHOR.
Veja Pv 24.30-34: Passei pelo
campo do preguiçoso e junto à vinha do homem falto de entendimento; eis que tudo estava cheio de espinhos, a sua
superfície, coberta de urtigas, e o seu muro de pedra, em ruínas. Tendo-o visto, considerei; vi e recebi a
instrução. Um pouco para dormir, um pouco
para tosquenejar, um pouco para encruzar os braços em repouso, assim sobrevirá
a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado.
Entenda que há 4 tipos de despesas que
não podem ser esquecidas no orçamento:
ü
Despesas periódicas: elas não ocorrem todos os meses,
mas é possível prever quando irão ocorrer. É o caso do IPTU, do IPVA, do
licenciamento e seguro do carro.
ü
Despesas ocasionais: também são previsíveis e devem
ser consideradas no orçamento. É o caso de gastos com uniforme e material
escolar, presentes nas datas comemorativas (Dia das Mães, dos Pais, das
crianças etc.).
ü Despesas
imprevistas: é um problema para quem não tem reserva e ainda se equilibra no limite do
cheque especial. Pode ocorrer, por exemplo, quando se necessita com urgência
dos serviços de um mecânico, pedreiro, entre outros. Em todas essas situações,
é conveniente pesquisar bem os preços.
4.
PROCURE VIVER
DENTRO DE SUAS VERDADEIRAS POSSIBILIDADES!
Veja primeiro quanto ganha pra depois definir seu estilo de vida (Fuja
do endividamento produto das prestações, dos cartões de crédito e do cheque
especial). Jamais se esqueça de que
“mais vale o bom nome do que as muitas riquezas; e o ser estimado é
melhor do que a prata e o ouro” (Pv 22.1).
5.
NÃO QUEIRA
IMITAR O PADRÃO DE VIDA DE OUTRAS PESSOAS.
Pv 28.22 é um alerta pra
todos nós: “Aquele que
tem olhos invejosos corre atrás das riquezas, mas não sabe que há de vir
sobre ele a penúria.”
6.
CREIA QUE DEUS É
QUEM SUSTENTA E ELE DÁ FORÇA PRA TRABALHAR E ADQUIRIR RIQUEZAS. Lembre-se
do que Deus disse a Israel:
“Antes, te lembrarás do SENHOR, teu Deus, porque é
ele o que te dá força para adquirires riquezas; para confirmar a sua aliança,
que, sob juramento, prometeu a teus pais, como hoje se vê.” (Dt 8.18)
7.
MUDE A SUA ATITUDE COM RELAÇÃO AO
DINHEIRO. Possuir dinheiro é
sempre bom, mas ser possuído pelo
dinheiro é um desastre!
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