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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Um novo olhar acerca de como ganhar e gastar dinheiro



“De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento.  Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele.  Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes.  Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição.  Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.  Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão.” (1 Timóteo 6.6-11)


A Bíblia classifica a relação das pessoas com o dinheiro em 3 tipos:

  • Os pobres
  • Os ricos
  • E os que querem ficar ricos (esses são os mais perigosos)

O mundo do Novo Testamento era marcado por estratos sociais extremos: os ricos e os pobres (praticamente não havia a classe média! Ela estava reduzida à Jerusalém constituída de pequenos comerciantes e artesãos) e essa disparidade social entre as pessoas tornava urgente e imprescindível saber lidar com o que possuía. É por isso que o próprio Jesus fala muito sobre bens materiais e dinheiro – não tanto sobre o ter ou não ter – mas, sobretudo acerca de como administrar o que tem. Jesus e o NT tocam muito neste assunto porque o jeito de lidar com o dinheiro e os bens materiais, mais do que deveria, afeta a fé das pessoas!

Como Deus espera que o cristão lide com as questões materiais?

1.      Com uma Atitude Adequada
Observe novamente o texto de 1 Tm 6.6-8:

 “De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes”.

Antes, Paulo estava se reportando àqueles que afirmavam que “a piedade é fonte de lucro” (v.5), mas ele instrui dizendo que o lucro que a piedade dá é este de multiplicar na vida do crente a atitude do contentamento! Contentamento é a atitude mais adequada na vida do cristão.
Contentamento tem a ver com a convicção de que nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele.
Trata-se de uma felicidade diante daquilo que tem que não nos impede de lutar para ter mais, mas ao mesmo tempo não destrói nossa alegria em face da realidade de se ter tão somente o essencial. Quem vive contente com o essencial é sempre agradecido se tem mais; quem vive descontente com o essencial, ainda que consiga mais permanece descontente e murmurando!


Como Deus espera que o cristão lide com as questões materiais?


2.     Com Desejo Apropriado
O texto de Paulo alerta para o fato de que “os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição” (1 Tm 6:9).
 Não há nada de ruim em ser rico, nem em ser pobre; ruim é querer ser rico (sendo rico ou pobre!). O desejo de ser rico não é algo apropriado ao cristão porque se torna um “laço” (como na versão do Almeida Revista e Corrigida) que o leva a um estilo de vida totalmente ao inverso do que Deus tenciona pra ele!
Observe a carga negativa que há no texto: tentação, cilada, muitas concupiscências insensatas e perniciosas, ruína e perdição.

Pra nos ajudar a avaliar nosso desejo, precisamos fazer 3 distinções:

1ª.   Entre desejo e necessidade: trocar o carro, a geladeira, o sofá poderá ser apenas um desejo. Isto é diferente de necessidades como: comida, saúde, etc. Portanto, não diga que você precisa se é apenas um desejo. O desejo pode esperar!

2ª.   Entre investimento e utilidade: investimento refere-se a uma casa, um carro, um terreno que dificilmente terá condições de comprar a vista e precisará então fazer alguma forma de financiamento. Utilidade são coisas como uma TV, uma geladeira que dá pra juntar rapidinho um dinheiro e esperar até poder comprar a vista! Há muitos que financiam qualquer coisa e pagam juros por isso e comprometem o orçamento sem necessidade e com falta de sabedoria.

3ª.   Entre ousadia e falta de senso: ousadia é quando se faz um investimento a longo prazo, como um terreno que mais tarde poderá valorizar, por exemplo! Falta de senso é quando não se pode comprar, mas compra-se na “fé” de que irá surgir, sabe Deus de onde, recurso pra pagar!

Como Deus espera que o cristão lide com as questões materiais?

3.     Com as Prioridades Ajustadas
Paulo ainda constata:
Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.” E, por isso, aconselha: “Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão (1 Tm 6:10-11).  

A construção grega do verso 10 é curiosa. Literalmente diz: “A raiz de todos os males é o amor ao dinheiro” (filargyria).
Conforme o registro de Lucas 12.15, Jesus recomendou:
“Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui”. Isto é, correr atrás do dinheiro pode ser uma corrida vã!

Em Mt 6.24 Jesus disse que “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas”.
Desse modo, é preciso compreender que o dinheiro é o grande rival de Deus.
“Nessa cobiça,” alerta o Apóstolo Paulo, “alguns se desviaram da fé (ainda que não da Igreja!) e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.”
Nossas prioridades precisam ser ajustadas se queremos lidar com as questões materiais de acordo com o desejo de Deus!

ORIENTAÇÕES PRÁTICAS:

1.    Conscientize-se dos seus “Hábitos de Consumo”.

·         Gastar por impulso;
O autor Neale Martin, em seu livro “Hábitos de consumo” começa com uma pesquisa revolucionária que concluiu que 95% do comprometimento humano é controlado pelo inconsciente.

·         Valorizar o que ganha, gastar só o que pode!
·         Parcelamento de compras. Verificar se é preciso mesmo parcelar uma compra


2.    Habitue-se a colocar seu orçamento por escrito. Contas na cabeça não dão certo!

3.    Suas despesas precisam estar abaixo de suas receitas.

No caso da família endividada:

a.            Dívidas com cartões de crédito precisam ser negociadas;

b.            Juros de cheque especial precisam ser considerados nas despesas;

c.            O excesso de despesas de um mês precisa ser computado como despesa do mês seguinte;

d.            Deve verificar se há como ter um rendimento extra (adiantamento de 13º salário, férias, etc.)

e.            Precisará diminuir em alguma medida o padrão de vida até a situação se normalizar (TV a cabo, telefone, saídas com o carro, viagens, restaurantes, delivery, etc.)


4.            Lembre-se que pessoas endividadas são vistas como desagradáveis. “Ficam nervosas, pois não têm dinheiro para nada. Os amigos ficam tímidos de falar de compras perto delas, não as convidam para sair, pois sabem que não podem gastar… Não queira ser assim”.
Provérbios 3:13-18

  13 Feliz o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento;  14 porque melhor é o lucro que ela dá do que o da prata, e melhor a sua renda do que o ouro mais fino.  15 Mais preciosa é do que pérolas, e tudo o que podes desejar não é comparável a ela.  16 O alongar-se da vida está na sua mão direita, na sua esquerda, riquezas e honra.  17 Os seus caminhos são caminhos deliciosos, e todas as suas veredas, paz.  18 É árvore de vida para os que a alcançam, e felizes são todos os que a retêm.

Permita-me deixar algumas diretrizes básicas e práticas:

1.      SEJA FIEL NOS SEUS DÍZIMOS. (dízimo não começa no dinheiro, mas na atitude do crente; não no bolso, mas no coração!). Lembre-se de Pv 3.9:
Honra ao SENHOR com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda;...” e de
 Pv 28.20: “O homem fiel será cumulado de bênçãos, mas o que se apressa a enriquecer não passará sem castigo”.
2.    SEJA GENEROSO EM SUAS OFERTAS.

 Havia 3 práticas fundamentais na piedade judaica: a oração, o jejum, as esmolas. Jesus corrige distorções, mas não muda a estrutura, ao contrário, Ele incentiva! Observe

Lc 12.33: “Vendei os vossos bens e dai esmola; fazei para vós outros bolsas que não desgastem, tesouro inextinguível nos céus, onde não chega o ladrão, nem a traça consome”.

3.  ANTES DE PENSAR EM COMO GANHAR MAIS, PLANEJE COMO ADMINISTRAR MELHOR.

Veja Pv 24.30-34: Passei pelo campo do preguiçoso e junto à vinha do homem falto de entendimento;  eis que tudo estava cheio de espinhos, a sua superfície, coberta de urtigas, e o seu muro de pedra, em ruínas.  Tendo-o visto, considerei; vi e recebi a instrução.  Um pouco para dormir, um pouco para tosquenejar, um pouco para encruzar os braços em repouso, assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado.

            Entenda que há 4 tipos de despesas que não podem ser esquecidas no orçamento:

ü    Despesas periódicas: elas não ocorrem todos os meses, mas é possível prever quando irão ocorrer. É o caso do IPTU, do IPVA, do licenciamento e seguro do carro.
ü    Despesas ocasionais: também são previsíveis e devem ser consideradas no orçamento. É o caso de gastos com uniforme e material escolar, presentes nas datas comemorativas (Dia das Mães, dos Pais, das crianças etc.).

ü    Despesas imprevistas: é um problema para quem não tem reserva e ainda se equilibra no limite do cheque especial. Pode ocorrer, por exemplo, quando se necessita com urgência dos serviços de um mecânico, pedreiro, entre outros. Em todas essas situações, é conveniente pesquisar bem os preços.


4.        PROCURE VIVER DENTRO DE SUAS VERDADEIRAS POSSIBILIDADES!

Veja primeiro quanto ganha pra depois definir seu estilo de vida (Fuja do endividamento produto das prestações, dos cartões de crédito e do cheque especial). Jamais se esqueça de que

“mais vale o bom nome do que as muitas riquezas; e o ser estimado é melhor do que a prata e o ouro” (Pv 22.1).

5.    NÃO QUEIRA IMITAR O PADRÃO DE VIDA DE OUTRAS PESSOAS.

Pv 28.22 é um alerta pra todos nós: Aquele que tem olhos invejosos corre atrás das riquezas, mas não sabe que há de vir sobre ele a penúria.”

6.        CREIA QUE DEUS É QUEM SUSTENTA E ELE DÁ FORÇA PRA TRABALHAR E ADQUIRIR RIQUEZAS. Lembre-se do que Deus disse a Israel:

“Antes, te lembrarás do SENHOR, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu a teus pais, como hoje se vê.” (Dt 8.18)
7. MUDE A SUA ATITUDE COM RELAÇÃO AO DINHEIRO. Possuir dinheiro é sempre bom, mas ser possuído pelo dinheiro é um desastre!



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