“Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por
dente”. Mateus 5:38
Oferecer
a outra face. Jesus está aqui comentando sobre a chamada lei de Talião. Uma
leitura superficial e desatenta da lei de Talião, eu diria que ela é um
estimula a vingança. O mal que você me fez, eu faço também para você. Você
bate, apanha de volta.
Mas
na verdade a lei de Talião não era um estímulo a vingança, era um instrumento
regulador da retaliação. Isto é, se você me roubou um boi, eu não posso ir na
sua fazendo, tacar fogo na sua fazenda e roubar todos os bois. Você me roubou
um boi de mim, eu só roubo um boi de você. Isso era uma forma de conter aquela
concupiscência de retribuir um mal com um mal ainda maior. A lei de Talião contém
esse mal e esse ciclo de maldade, estabelecendo limites para a reparação de um
dano que foi causado.
Jesus
vai mais adiante e diz: Olha, não é o
olho por olho e nem o dente por dente, se alguém lhe bater na sua face, ofereça
também a outra face. Não é você devolver o mal, é você oferecer
pacificamente. Não é você pagar o mal com o mal, é você dar uma resposta pacífica
a algo que lhe foi feito para que o ciclo da violência seja contido. Alguém
precisa sofrer o dano de ser o ultimo na cadeia desse ciclo a ficar com o dano
sem transferi-lo.
Lembram
daquela brincadeira de criança de colégio do
tapa na cabeça do amigo da frente e passar para frente e não voltar?
O
que Jesus esta dizendo é que essa seria uma brincadeira de agressão mútua sem
fim até que alguém levasse um tapa na cabeça e não passasse adiante. É a
resposta pacífica. É assumir o prejuízo para interromper o ciclo da violência e
do prejuízo coletivo.
É
isso o que Jesus espera dos seus discípulos. Essa resposta pacífica de oferecer
a outra face provavelmente foi o que inspirou vários homens da nossa história
de sofrer o mal e não pagar o mal com o mal. Se opor ao mal, mas com o bem. Se
opor ao mal interrompendo o ciclo da maldade, sem praticar a maldade e
alimentar a violência.
Aqui
está a base para construir uma cultura de paz tão necessária em nossa
sociedade.
A
minha oração é que tenhamos essa capacidade de sentir o mal, sofrer o mal e
retribuir o mal com o bem.
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